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Arábia Saudita renuncia à vaga no Conselho de Segurança da ONU


Em uma decisão inédita, a Arábia Saudita renunciou ontem à vaga que tinha acabado de obter como como membro não permanente do Conselho de Segurança (CS), a mais alta instância das Nações Unidas. O gesto, segundo os governantes do reino, foi um protesto pelo fracasso da comunidade internacional ; e do CS em especial ; em reagir à guerra civil na Síria e a outras questões do Oriente Médio. Até a noite de ontem, a ONU não havia sido notificada oficialmente da resolução e, portanto, não havia esclarecido quem ocupará a vaga.

A monarquia saudita foi eleita na quinta-feira, com mais quatro países (Chade, Chile, Lituânia e Nigéria), para um mandato de dois anos. O conselho, composto por cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido) e 10 que se alternam por eleição, é responsável pelas decisões mais importantes no cenário internacional. A retirada pegou de surpresa até mesmo os diplomatas da missão saudita em Nova York. Ontem à noite, a página oficial da representação ainda exibia uma mensagem comemorando a eleição. O texto se refere ao feito inédito como um ;momento decisivo; na história do reino, que integra a ONU desde a fundação.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores saudita afirmou que ;os mecanismos de trabalho e a dupla moral no Conselho de Segurança o impedem de cumprir suas obrigações e assumir suas responsabilidades na hora de manter a paz no mundo;. Não foi a primeira vez que o país manifestou descontentamento com o órgão. No fim de setembro, o chanceler saudita, príncipe Saud Al-Faisal, cancelou o discurso que faria na Assembleia Geral da ONU, o que foi visto por diplomatas como uma reação à inação internacional na Síria.

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