Já se passaram quase sete décadas desde que Adolf Hitler, o líder do nazismo e arquiteto do Holocausto, teria disparado uma bala contra a têmpora direita, selando 12 anos de um regime marcado pelo horror e pela limpeza étnica. O paradeiro do corpo do ex-chanceler alemão segue um mistério. Uma teoria sustenta que ele foi incinerado pelo Exército Vermelho soviético. Pelo menos quatro de seus principais colaboradores " Adolf Eichmann, Martin Bornmann, Joseph Goebbels e Herman G;ring " foram cremados e tiveram as cinzas descartadas. À sombra do neonazismo e da ameaça representada pela extrema direita, a Alemanha se vê às voltas com o fantasma do passado e com um novo dilema. Uma semana depois da morte, o caixão com o cadáver de Erich Priebke, capitão da Schutzstaffel (SS, a polícia nazista), permanece em um aeroporto militar de Roma, à espera de uma definição sobre o funeral. Itália, Argentina e Alemanha recusaram-se a sediar o enterro.
A 17km de Berlim, Hennigsdorf, cidade natal de Priebke, descartou dar repouso ao corpo. "Não o queremos", afirmou à agência France-Presse Ilona Moser, porta-voz da Prefeitura. O oficial de Hitler abandonou o local em 1936 e, oito anos depois, coordenou a execução de 335 italianos da resistência. Por telefone, Efraim Zuroff, chefe dos caçadores de nazistas que ajudaram na prisão de Priebke e diretor do Centro Simon Wiesenthal (em Jerusalém), alerta para o risco de Hennigsdorf tornar-se santuário da extrema direita, caso o sepultamento ocorra ali. %u201CEm 2012, no aniversário de Priebke, 40 neonazistas fizeram um protesto na localidade.%u201D De acordo com Zuroff, o capitão da SS morreu sem se arrepender do Massacre das Fossas Ardeatinas e de seguir a ideologia hitlerista. "É uma pessoa que não merece ser enterrada nem na Itália, nem na Alemanha, nem em qualquer lugar. Talvez o melhor seria cremá-lo e lançar as cinzas no Mediterrâneo", defende.
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