Damasco - O regime e os rebeldes prosseguiam seus intensos combates nesta sexta-feira (18/10) em Deir Ezzor, no leste da Síria, onde um grupo jihadista executou dez soldados, um dia após a morte de um general dos serviços de inteligência. Enquanto isso, ONU e Estados Unidos seguem pressionando para que seja realizada no próximo mês em Genebra uma conferência de paz, apesar das divisões da oposição.
O secretário americano de Estado, John Kerry, viajará novamente à Europa para preparar a chamada conferência Genebra-2, e o emissário da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, iniciará no sábado no Egito um giro regional com o mesmo objetivo. No campo de batalha, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que conta com uma rede de ativistas e médicos, informou sobre intensos combates na principal cidade do leste do país, Deir Ezzor, desde a noite de quinta-feira (17/10).
Um acordo neste sentido foi ratificado entre a República do Chipre e a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ). A base ficará na área do antigo aeroporto da Nicósia, que hoje não é utilizada, e permitirá que os inspetores possam ir e vir da Síria mais facilmente.
[SAIBAMAIS]Kerry e Brahini preparam conferência de paz
Apesar da violência na Síria, o vice-primeiro-ministro sírio, Qadri Jamil, declarou na quinta-feira (17) que nos dias 23 e 24 de novembro pode ocorrer uma conferência de paz em Genebra. O objetivo de Washington e Moscou é que o governo e a oposição se sentem na mesma mesa. Para preparar a conferência, o emissário Brahimi irá primeiro ao Egito e depois a Damasco e Teerã, principal apoio do governo sírio, indicou seu porta-voz.
O secretário americano de Estado, John Kerry, indicou à rádio americana que é preciso avançar no processo de paz, e reiterou que não existe uma solução militar para o conflito. Kerry, além dos chanceleres de Grã-Bretanha e dos outros nove países que integram o grupo "Amigos da Síria", se reunirão na terça-feira em Londres, anunciou nesta sexta-feira o governo britânico.
"A Grã-Bretanha abrigará na terça-feira da semana que vem uma reunião de 11 ministros das Relações Exteriores", declarou em um comunicado o chefe da diplomacia britânica, William Hague. Kerry estará presente no encontro, que tem por objetivo "discutir os preparativos da conferência de (paz de) Genebra, o apoio à (opositora) Coalizão Nacional Síria e nossos esforços para alcançar uma solução política a este trágico conflito", acrescentou.
Além de Kerry e Hague, participarão do encontro os chanceleres de França, Alemanha, Itália, Turquia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Egito e Jordânia. O principal obstáculo para a realização da conferência de Genebra-2 é o fato de a oposição síria estar muito dividida sobre a questão de se sentar para negociar na mesma mesa que o governo sírio. A coalizão opositora votará a respeito em uma reunião prevista para os dias 24 e 25 de outubro em Istambul. Além dos participantes, outro problema importante é a ordem do dia. O regime descarta a renúncia do presidente Bashar al-Assad como parte de uma transição política. Mas a oposição no exílio, apoiada pelos ocidentais, não aceita que o presidente sírio continue no cargo.