O ministro egípcio das Relações Exteriores, Nabil Fahmy, declarou nesta quarta-feira (1610) que as relações com os Estados Unidos atravessam uma "fase delicada", depois do congelamento parcial da ajuda americana, essencialmente militar, ao Cairo.
"Nós estamos, atualmente, em uma fase delicada, que reflete a turbulência, na qual se inscrevem as relações (bilaterais). Dizer outra coisa não seria honesto", afirmou o ministro, citado pela imprensa local.
Em 10 de outubro, os Estados Unidos "recalibraram" a ajuda de US$ 1,5 bilhão - sendo US$ 1,3 bilhão em ajuda militar - em represália à sangrenta repressão aos partidários do presidente islâmico Mohamed Mursi, deposto pelo Exército em 3 de julho.
Washington também interrompeu o fornecimento de equipamentos pesados e sua assistência financeira ao governo, "esperando progressos críveis na direção de um governo civil democraticamente eleito".
O Cairo denunciou a "má decisão".
Para Fahmy, que disse "não estar surpreso com a última decisão americana", "o problema remonta a bem antes desse anúncio".
"Ele vem do fato de o Egito ter se apoiado na ajuda americana por 30 anos, escolhendo a opção mais fácil e não diversificando suas escolhas. Isso levou os Estados Unidos a acreditarem, equivocadamente, que o Egito se alinharia sempre com suas políticas e com seus objetivos", afirmou.
O anúncio americano é "simbólico" e não deve, segundo os especialistas, causar um grande impacto - ainda que aumentem as especulações de que o Egito poderá se voltar para outros fornecedores, como Rússia, China, ou França.