O líbio Abu Anas al-Libi, suspeito de pertencer à rede Al-Qaeda, foi transferido para Nova York no fim de semana, anunciou o Escritório da Procuradoria federal nesta segunda-feira (14/10). Ele foi capturado na semana passada em Trípoli pelas forças especiais americanas.
Al-Libi deverá comparecer diante de um juiz a partir desta terça, informou um porta-voz. O líbio é suspeito de envolvimento nos atentados contra as embaixadas americanas na Tanzânia e no Quênia e foi acusado, em Nova York, em 2000.
Acredita-se que Al-Libi, um especialista em informática, tenha sido interrogado em um navio de guerra americano no Mediterrâneo, após ser sequestrado em Trípoli, em 5 de outubro. O governo líbio denunciou sua captura.
Na semana passada, o presidente Barack Obama afirmou que Al-Libi "planejou e ajudou a executar um ataque, no qual morreram centenas de pessoas, muitas delas, americanos".
"Temos fortes evidências (de sua participação). E nós o levaremos à Justiça", acrescentou Obama.
A captura de Al-Libi colocou o governo líbio em uma situação delicada, diante da pressão de diversos aliados, especialmente os grupos rebeldes que contribuíram para derrubar o ditador Muamar Kadhafi, em 2011.
O governo em Trípoli convocou o embaixador americano e insistiu em que todos os líbios devem ser julgados em seu próprio território. Washington se negou a esclarecer se pediu permissão à Líbia para a operação ou se, ao menos, avisou Trípoli sobre a missão.
A procuradora Preet Bharara, do distrito Sul de Nova York, disse em um comunicado que Al-Libi foi transferido para uma "instalação carcerária no final de semana". "O governo espera apresentá-lo a um juiz terça-feira (15/10)".
Al-Libi, 49 anos, cujo nome de nascimento é Nazih Abdul Hamed al-Raghie, integrava a lista dos mais procurados pelo FBI.
Pai de quatro filhos, Al-Libi é acusado de conspirar para cometer assassinatos, sequestros e mutilações de cidadãos americanos e conspirar para destruir propriedades dos EUA.