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Governo colombiano acusa Farc de retardar processo de paz

As duas partes estão em negociação há quase um ano

Havana - O governo da Colômbia acusou neste sábado (12/10) a guerrilha comunista das Farc de "confundir" os colombianos e retardar as negociações de paz em Havana por meio de "dezenas de propostas" alheias à "agenda acertada".

"Os colombianos escutam diariamente dezenas de propostas" que "não fazem parte da agenda acertada" e "também não tem sido favorável que as Farc falem todos os dias nos microfones", disse o chefe dos negociadores do governo, Humberto de la Calle, ao analisar o andamento do processo de paz em Havana, iniciado em novembro de 2012.


Em uma nota lida no Palácio das Convenções de Havana, sede das negociações de paz, De la Calle destacou que "por este caminho se conseguiu apenas confundir os colombianos sobre o propósito das conversações e reduzir o apoio da opinião pública".

"Os colombianos querem progressos, esperam compromissos, exigem acordos. Não concebem conversações intermináveis", disse De la Calle, salientando que desde novembro o governo do presidente Juan Manuel Santos "insiste em que o diálogo deve avançar mais rapidamente", porque "seu lento progresso lhe custa o apoio" da população.

Neste sentido, o negociador criticou "a insistência das Farc em trazer para as negociações temas que não fazem parte da agenda que as duas partes consideraram suficientes para terminar o conflito e instalar as bases para se construir a paz".

"Se nos concentrarmos na agenda acertada será possível obter um bom acordo para a Colômbia", disse De la Calle, após pedir à guerrilha que "demonstre com fatos, e não com palavras", sua vontade de "alcançar acordos em outros pontos da agenda".

Após quase 11 meses de negociações, as duas partes obtiveram apenas consenso sobre um dos cinco pontos da agenda: o tema agrário, causa do conflito que levou à criação das Farc, em 1964.