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Começa no Japão conferência de Minamata sobre uso de mercúrio

Se ratificado por 50 estados, o tratado entrará em vigor em três ou quatro anos, segundo os organizadores da conferência

Delegados de 140 países participam desde segunda-feira de uma conferência da ONU destinada a assinar um tratado sobre o uso do mercúrio, uma reunião realizada perto de Minamata, cidade japonesa cenário do pior caso de envenenamento por este metal altamente tóxico.



O "Convênio de Minamata sobre o Mercúrio", na linha da convenção adotada no mês de janeiro passado em Genebra, busca reduzir o nível mundial das emissões de mercúrio, muito tóxicas para a saúde e o meio ambiente, mas também a produção e o uso do mercúrio, em especial durante a fabricação de produtos e nos processos industriais.

O texto, que trata igualmente a questão do armazenamento e do tratamento de resíduos, está aberto à assinatura dos Estados na cidade de Minamata, como homenagem aos moradores desta cidade afetada durante décadas por uma grave contaminação de mercúrio.

Uma vez ratificado por 50 estados, o tratado entrará em vigor em três ou quatro anos segundo os organizadores da conferência.

O mercúrio é um metal pesado muito tóxico para os seres vivos. Uma exposição muito forte ao mercúrio prejudica o sistema imunológico e pode acarretar também problemas psicológicos e digestivos, assim como a perda dos dentes, problemas cardiovasculares e respiratórios.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), nos últimos 100 anos, a quantidade de mercúrio presente nos primeiros 100 metros de profundidade dos oceanos, proveniente de emissões relacionadas com a atividade humana, dobrou. Em águas profundas, aumentou 25%.