Damasco - Os especialistas internacionais e o governo dos Estados Unidos elogiaram nesta segunda-feira (7/10) a cooperação do governo sírio com o processo de destruição das armas químicas iniciado domingo (6), uma semana depois da aprovação de uma resolução pelo Conselho de Segurança da ONU. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, deve detalhar nesta segunda-feira (7), em um relatório ao Conselho de Segurança, a logística da operação de desarmamento, considerada uma das mais importantes e perigosas, já que a Síria ainda está em guerra.
"O processo começou em prazo recorde e estamos agradecidos à Rússia por sua cooperação e certamente à Síria por seu consentimento", declarou Kerry em uma entrevista coletiva conjunta com o chanceler russo, Serguei Lavrov, ao fim de uma reunião na ilha indonésia de Bali. "Penso que é extremamente significativo que ontem, domingo, uma semana depois da adoção da resolução (na ONU), tenham sido destruídas armas químicas. Penso que isto honra o regime de Damasco, com toda franqueza. É um bom começo e nós o recebemos favoravelmente", completou.
Assad se comprometeu a facilitar o trabalho dos especialistas, depois da votação em 27 de setembro da resolução 2118, a primeira aprovada pelo Conselho de Segurança sobre o conflito sírio graças a um acordo entre Moscou e Washington, que prevê o desarmamento químico do país até meados de 2014. O acordo afastou a ameaça de um ataque americano contra o regime, depois que um ataque químico em 21 de agosto na região de Damasco provocou centenas de mortes. O Ocidente e a oposição síria acusaram o regime sírio pelo uso de armas químicas, mas o governo negou o envolvimento e acusou os rebeldes.
Conferência de paz
No campo de batalha, as diferentes partes em conflito se mostram determinadas a lutar até o final, apesar dos esforços da comunidade internacional para convocar uma conferência de paz e encerrar dois anos e meio de guerra. O conflito provocou mais de 115 mil mortes e obrigou a fuga de dois milhões de pessoas.
Lavrov afirmou que Rússia e Estados Unidos desejam organizar em meados de novembro uma conferência internacional de paz sobre a Síria, conhecida como Genebra 2, para encontrar uma solução política ao conflito. O regime sírio descarta, no entanto, a ideia de que a conferência pode forçar a saída de Assad, enquanto a oposição exige o afastamento do presidente de qualquer transição política.