Tóquio - Delegados de 140 países participam a partir desta segunda-feira (7/10) em uma conferência da ONU que pretende obter assinaturas para um tratado sobre o uso do mercúrio. A reunião que ocorre em Minamata, cidade japonesa que foi cenário do mais grave caso de envenenamento por este metal altamente tóxico.
O "Convênio de Minamata sobre o mercúrio", que segue as bases da convenção adotada em janeiro em Genebra, pretende reduzir o nível mundial das emissões de mercúrio, muito tóxicas para a saúde e o meio ambiente, mas também para produção e o uso do mercúrio, em especial durante a fabricação de produtos e nos processos industriais.
O texto, que também aborda o armazenamento e o tratamento de resíduos, está aberto à assinatura dos países na cidade de Minamata, como homenagem aos habitantes desta cidade afetada durante décadas por uma grave contaminação de mercúrio. Uma vez ratificado por 50 Estados, o tratado entrará em vigor em três ou quatro anos.
O mercúrio é um metal pesado muito tóxico para os seres vivos. Uma exposição intensa ao mercúrio prejudica o sistema imunológico e pode provocar problemas psicológicos e digestivos, assim como a perda de dentes, problemas cardiovasculares ou respiratórios.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), nos últimos 100 anos, a quantidade de mercúrio presente nos 100 primeiros metros de profundidade dos oceanos, procedente de emissões relacionadas com a atividade humana, dobrou e em águas profundas aumentou 25%.