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Denúncias apontam Ministério de Minas e Energia como alvo de espionagem

Rede internacional de cinco países teria monitorado as comunicações da pasta, segundo documentos vazados por Edward Snowden

Novos documentos vazados pelo analista de inteligência Edward Snowden mostram que o Ministério de Minas e Energia (MME) foi alvo de espionagem não só norte-americana, como de uma rede internacional de cooperação para sinais de inteligência, chamada de Five Eyes (cinco olhos, em tradução livre), que reúne o Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

Os documentos divulgados pelo jornalista Glenn Greenwald em reportagem no programa Fantástico, da TV Globo, mostram uma apresentação feita a agentes de inteligência sobre o rastreamento da rede telefônica e de internet da instituição brasileira durante um período não especificado.

As informações reveladas não deixam claro se ligações foram ouvidas e dados foram registrados, mas expõem um mapeamento detalhado das ligações trocadas entre o MME e empresas e instituições estrangeiras. Ainda assim, entre as conclusões trazidas pelo material, está a sugestão de iniciar uma operação mais particularizada conhecida como ;man on the side; (homem ao lado).

Desde as primeiras denúncias de espionagem pela Agência Nacional de Inteligência (NSA, em inglês) americana, o Brasil esteve como um dos principais alvos de monitoramento norte-americano. Enquanto aguarda explicações de Washington, o governo brasileiro tem reagido fortemente às denúncias de espionagem. No último 17/9, e depois de conversar com o presidente americano Barack Obama ao telefone por 20 minutos, a presidente anunciou o adiamento da visita de Estado que faria à Washington em 23 de outubro.

A última denúncia de Greenwald, no início do mês passado, mostrou que a maior empresa do Brasil, a Petrobras, também foi espionada. Documentos ultrassecretos vazados mostraram que a rede privada de computadores da Petrobras foi alvo do serviço secreto, mas a denúncia não deixou claro se dados foram acessados.

Os documentos foram repassados por Edward Snowden ao jornalista e ativista americano Gleen Greenwald, que vive no Rio de Janeiro. Na audiência pública no Senado em que participou no início de agosto, Greenwald já havia declarado que o interesse dos serviços secretos americanos não dizia respeito apenas à segurança, mas a disputas comerciais e industriais dos EUA.