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EUA capturam líder da Al-Qaeda após operações na Líbia e Somália

A captura encerra uma busca de mais de 13 anos

Washington - O governo dos Estados Unidos prometeu seguir combatendo os extremistas neste domingo, após duas operações especiais no sábado contra líderes islamitas suspeitos de atos terroristas, um na Líbia, onde foi capturado um chefe da Al-Qaeda, e outra na Somália contra os rebeldes shebab.

O porta-voz do Pentágono, George Little, confirmou no sábado à noite que membros das forças especiais americanas capturaram na Líbia Abu Anas al-Libi, um dos supostos líderes da Al-Qaeda, procurado por Washington sob a acusação de ter desempenhado um papel importante nos atentados contra as embaixadas americanas na Tanzânia e Quênia em 1998.

O detido está sob poder do Exército americano em um "local seguro, fora da Líbia", segundo o porta-voz. A operação foi aprovada pelo presidente Barack Obama, segundo o porta-voz. Al-Libi, 49 anos, é processado por um tribunal de Nova York por ser membro da Al-Qaeda.

Após a operação, o secretário de Estado americano John Kerry afirmou que o país "jamais deixará de perseguir culpados por atos de terrorismo". "Nós esperamos que isto deixe claro que os Estados Unidos de América jamais cessarão os esforços para prender os culpados pela execução de atos de terrorismo", disse em Bali, Indonésia.

Líbia pede explicações
Neste domingo, o governo líbio pediu explicações sobre a operação aos Estados Unidos e afirmou que não estava a par da operação militar que resultou na captura de Abu Anas al-Libi no sábado.

O canal CNN, que citou uma fonte do governo, havia informado que o governo de Trípoli tinha conhecimento da operação, realizada a plena luz do dia na maior cidade líbia. A captura encerra uma busca de mais de 13 anos.

Abu Anas al-Libi, cujo verdadeiro nome é Nazih Abdul Hamed Al Raghie, de 49 anos, foi membro do Grupo Islâmico de Combate Líbio (GICL) antes de se incorporar à Al-Qaeda. Ele estava na lista de pessoas mais procuradas pelo FBI, que oferecia uma recompensa de cinco milhões de dólares por sua captura. Agora, Al-Libi pode ser julgado nos Estados Unidos.

Operação contra os shebabs da Somália

Outra operação foi realizada na Somália na madrugada de sexta-feira para sábado contra um líder islamita shebab, mas as autoridades não confirmaram se este foi capturado ou assassinado.

"Posso confirmar que em 4 de outubro militares americanos participaram em uma operação antiterrorista contra um conhecido terrorista shebab", disse Little. Segundo uma fonte do governo entrevistada pelo New York Times, provavelmente o dirigente shebab morreu, mas as forças especiais foram obrigadas a deixar o local sem condições de confirmar o óbito.

O governo somali manifestou apoio à intervenção. O primeiro-ministro Abdi Farah Shirdon disse que o Executivo coopera com os "sócios estrangeiros na luta contra o terrorismo" e que a colaboração não era segredo". "Nosso principal interesse é ter uma Somália em paz, livre do terrorismo", completou.

A operação representa a intervenção mais importante dos Estados Unidos na Somália desde a morte, há quatro anos na mesma região, do dirigente da Al-Qaeda Saleh Ali Saleh.

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A ação acontece alguns dias depois do ataque ao shopping de luxo Westgate de Nairóbi, Quênia, reivindicado pelos shebab e que matou pelo menos 67 pessoas.

As milícias shebab anunciaram que foram atacadas na madrugada de sexta-feira para sábado por forças especiais britânicas e turcas. O alvo foi uma de suas bases no porto somali de Barawe (sul), um dos poucos ainda sob controle dos insurgentes.

O porta-voz dos shebab, Abdulaziz Abu Musab, citou um morto no grupo e "numerosas vítimas" no grupo que atacou a região. Londres e Ancara negaram participação na operação.

Apesar dos reveses militares infligidos pelo Exército etíope e a força da União Africana aos shebabs os últimos dois anos no centro e sul da Somália - país em guerra civil desde 1991 -, os islamitas ainda controlam amplas zonas rurais.