Jerusalém - Israel pediu nesta sexta-feira ao Conselho da Europa que revogue imediatamente uma resolução sobre a circuncisão por motivos religiosos, por acreditar que isso "alimenta as tendências racistas e o ódio".
"Israel pede ao Conselho que revogue imediatamente a resolução", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores em um comunicado, destacando os benefícios médicos cientificamente reconhecidos da circuncisão.
O comunicado recorda que a circuncisão é uma tradição antiga do Judaísmo, do Islã e de parte da cristandade. "Qualquer comparação dessa tradição com a prática bárbara e condenável da mutilação genital feminina é uma ignorância profunda e, no pior dos casos, uma difamação e ódio antirreligioso", acrescentou.
A Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa adotou esta semana uma resolução que aconselha os Estados membros a tomarem medidas contra as "violações da integridade física das crianças". Pede também que sejam proibidas práticas prejudiciais como as mutilações genitais femininas e que sejam definidas as condições para outras práticas religiosas, como a circuncisão do meninos, que não esteja justificada do ponto de vista médico.
A resolução recomenda "adotar disposições jurídicas específicas" para que algumas práticas não possam ser realizada até que o menor tenha idade para ser consultado. "Evocamos, efetivamente, diferentes ;categorias; de violações da integridade física dos meninos, que distinguimos claramente, sem fazer qualquer amálgama", esclareceu a deputada socialdemocrata Marlene Rupprecht, que propôs o texto.
"A missão do Conselho da Europa é promover o respeito dos direitos humanos, incluindo os direitos das crianças, em pé de igualdade com a luta contra o racismo, o anti-semitismo e a xenofobia", acrescentou, em uma nota. Judeus e muçulmanos costumam praticar a circuncisão na primeira semana de vida da criança.