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Mulher desarmada é morta pela polícia após perseguição em Washington

Ela rompeu uma barreira policial próxima à Casa Branca e acabou cercada pela polícia, ao final de uma feroz perseguição

Washignton - Uma mulher foi morta a tiros nesta quinta-feira (3/10) após uma perseguição policial pelas ruas de Washington que paralisou a região do Capitólio, informou a chefe da polícia local, Cathy Lanier, em entrevista coletiva. Ele confirmou que uma criança, com cerca de um ano, estava no carro, um sedã de luxo preto, no momento do incidente e saiu ilesa. Segundo o porta-voz do Serviço Secreto Brian Leary, a motorista baleada era "uma mulher negra adulta" e que estava "desarmada".

Cathy Lanier destacou que "a criança está bem e sob a guarda" das autoridades, acrescentando que a investigação sobre o episódio já está em andamento. "Posso afirmar que, tanto na Casa Branca quanto no Capitólio, o perímetro de segurança funcionou", completou Cathy, informando que um oficial da polícia do Capitólio e um agente do serviço secreto ficaram feridos. "Eles fizeram exatamente o que tinham de fazer. Eles pararam um suspeito por invadir o perímetro de segurança em um veículo, em ambos os locais", alegou.


Segundo as imagens transmitidas pelas emissoras de televisão americanas, o automóvel estava sendo inspecionado por vários agentes. Pouco depois, sem muita dificuldade, o veículo escapou da barreira, dando marcha a ré, o que deflagrou a perseguição.

O tiroteio ocorreu próximo ao prédio do Capitólio, quando a polícia interceptou o carro preto dirigido pela mulher. No momento da perseguição, legisladores e turistas foram orientados a procurar abrigo. Devido ao incidente, o Congresso foi brevemente fechado, e funcionários e legisladores, orientados a permanecer em seus escritórios.

Do lado de fora do Prédio Dirksen, onde ficam os gabinetes dos representantes, funcionários que foram mantidos em serviço, em meio à paralisia nos EUA, escondiam-se atrás de árvores e carros. "Vimos pessoas se jogando no chão, para se proteger, não porque foram feridos", comentou o senador Sherrod Brown. O alerta durou pouco mais de uma hora e meia e, ao que parece, apenas a polícia efetuou disparos. Depois disso, a segurança do Capitólio foi afrouxada, e as portas da instituição, reabertas.

A Casa Branca também chegou a ser fechada, e agentes do serviço secreto não permitiram que ninguém entrasse, ou saísse. Mais tarde, o alerta na Casa Branca foi parcialmente suspenso. Uma fonte de alto escalão do governo disse que o presidente Barack Obama foi "informado da situação no Capitólio".

[SAIBAMAIS]Um grupo de turistas relatou à AFP ter sido obrigado a se refugiar no interior do Congresso. Um deles contou ter visto um carro em alta velocidade se dirigindo para o Capitólio. Nenhum tiro foi dado perto da Casa Branca, mas os agentes iniciaram a perseguição. Quando o carro se aproximou do Capitólio, foi cercado pela polícia e pelos oficiais armados.

Juan Vargas, congressista pela Califórnia, contou à AFP que estava do lado de fora do Capitólio, quando ouviu "o que pareciam ser barulhos produzidos por um automóvel, não pareciam tiros". "Depois, recebi uma ligação dos meus assistentes que me disseram para ter cuidado, porque houve tiros", acrescentou.

O senador Roger Wicker disse a um jornalista da AFP presente no local que tinha ouvido seis disparos, enquanto seu colega Bernie Sanders contou quatro. O estudante David Loewenberg, de 21 anos, estava em seu apartamento no subsolo, perto do Congresso, quando ouviu "uma sequência de sete ou oito tiros" e correu para fora. Loewenberg viu um policial deixar o local, "segurando" uma criança nos braços. "Até onde eu posso dizer, era uma menina. A criança foi levada embora muito rápido pelo oficial", relatou.

Já o turista neozelandês Matthew Jacobs, de 26, oriundo de Wellington, estava de bicicleta perto da Casa Branca quando a perseguição começou. "Um carro tentou passar pela barreira. Passou por ela, derrubou alguém e se mandou", contou o jovem.

Esse foi o segundo maior incidente de segurança na capital americana em menos de três semanas. Em 16 de setembro, o ex-marine Aaron Alexis invadiu armado a base da marinha e matou 12 pessoas.