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ONU denuncia repressão à imigração ilegal após tragédia de Lampedusa

Nesta quinta-feira (3/10), temia-se que o número de mortos ultrapassasse 300 pessoas, em uma das mais graves tragédias de imigrantes na Itália, ocorrida na costa da Sicília

A ONU denunciou nesta quinta-feira (3/10) a política repressiva contra os imigrantes ilegais, ao inaugurar um diálogo de alto nível sobre imigração em Nova York no mesmo dia em que uma tragédia custou a vida de centenas de clandestinos na Itália.

"Tratar a imigração clandestina unicamente com medidas repressivas pode provocar essas tragédias. Essas mortes poderiam ter sido evitadas", afirmou o relator especial da ONU sobre os Direitos dos Migrantes, François Crépeau, ao se referir ao naufrágio de uma embarcação repleta de africanos que tentavam chegar à ilha italiana de Lampedusa.

Nesta quinta-feira (3/10), temia-se que o número de mortos ultrapassasse 300 pessoas, em uma das mais graves tragédias de imigrantes na Itália, ocorrida na costa da Sicília.

Em seu discurso na abertura dos dois dias de debates sobre as migrações internacionais, na Assembleia Geral da ONU, Crépeau questionou a "criminalização da imigração clandestina" e denunciou uma "paranoia" alimentada pelos políticos. Crépeau lembrou que "todos os imigrantes, em virtude de sua dignidade humana sem discriminação, estão protegidos pela lei internacional dos direitos humanos, em igualdade de condições com os cidadãos, sem que seu status administrativo ou situação importem".



O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez um apelo para que sejam adotadas medidas que protejam os direitos dos milhões de imigrantes e que sejam reconhecidas as contribuições desse grupo para a sociedade.

"É nossa responsabilidade coletiva tornar a imigração benéfica tanto para os imigrantes quanto para os país", afirmou Ban.

Segundo números das Nações Unidas, há pelo 232 milhões de imigrantes internacionais.

Na quarta-feira, o Banco Mundial (BM) anunciou que os imigrantes procedentes de países em desenvolvimento enviarão remessas no total de US$ 414 bilhões em 2013, 6,3% a mais do que no ano anterior. O BM afirmou que essas transferências foram "importantes" em todo o planeta, à exceção da América Latina e do Caribe, vítimas das "debilidades econômicas" nos Estados Unidos.