A África do Sul celebrou nesta quinta-feira o décimo aniversário de um programa de impulso econômico para os negros, que fez emergir uma classe média multirracial, inexistente durante o regime racista do apartheid, mas que não acabou com os níveis "inaceitáveis" de desigualdade.
"Houveram sucessos e dificuldades" no programa, admitiu o presidente sul-africano Jacob Zuma, ao inaugurar uma cúpula de dois dias em Joanesburgo para "refletir sobre o que funciona e o que não funciona" nesta lei que entrou em vigor em 2003.
Apesar de suas reformas, a África do Sul ainda registra "níveis inaceitáveis de pobreza, desigualdade e desemprego", disse Zuma.
O programa de impulso econômico aos negros (BEE, Black Economic Empowermen) impôs às empresas a promoção a cargos de responsabilidade de pessoal negro - termo genérico para todas as comunidades que sofreram com o apartheid, africanos, índios e mestiços - e que este pessoal fosse formado.
Zuma considerou que o estado africano continuará a intervir para promover uma maior participação da maioria negra na economia do país.
"Nós ainda estamos esperando mais empresários de raça negra", disse o presidente.
Desde o fim do apartheid, em 1994, o número de líderes negros na economia sul-africana aumentou, mas a maioria dos altos cargos continua a ser ocupada por homens brancos.