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Partido francês trabalha para não ser classificado de extrema direita

Marine Le Pen negou-se a admitir nesta quinta-feira que as origens históricas de seu partido se situem na reunião de grupos de extrema direita

Paris - A presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen, que realizou em 2011 um processo destinado a convertê-lo em um partido apto a governar na França, se esforça agora em retirar o rótulo de extrema direita. "Estou analisando pedir à justiça que considere" que a classificação extrema direita é "um termo pejorativo voluntariamente utilizado para prejudicar a Frente Nacional", afirmou nesta quinta-feira Marine Le Pen em declarações à rede RTL.

[SAIBAMAIS]Na véspera, já havia declarado a jornalistas que a FN "não é em absoluto um partido de direita, quem pensa isso comete um erro de análise total". "Acredito que o fato de rotular" a Frente Nacional com o termo extrema direita "é uma falta deontológica dos jornalistas, um ato militante e um abuso intelectual", insistiu nesta quinta-feira. Presidente da FN desde 2011, Marine Le Pen optou por uma estratégia de "desdiabolização" de seu partido. "Colocam no mesmo saco Breivik (ultradireitista autor de um massacre na Noruega), Aurora Dourada (partido neonazista grego), agitam tudo e dizem que assim se terá uma imagem bem imunda", argumenta Le Pen.



Seu pai, Jean-Marie Le Pen, que fundou a FN em 1972, já tentou em 1997 recorrer à justiça para impedir a classificação do partido na extrema direita do tabuleiro político francês. Marine Le Pen negou-se a admitir nesta quinta-feira que as origens históricas de seu partido se situem na reunião de grupos de extrema direita. "Não, em absoluto", disse, embora ao ser criada, no dia 5 de outubro de 1972, a FN tenha reunido vários movimentos de extrema direita, entre eles a Ordem Nova. Nesta quinta-feira, o deputado socialista Jean-Christophe Cambadélis convocou a "levantar um muro cidadão" contra a FN e sua líder proclamando que são de extrema direita.