Roma - O ex-primeiro-ministro e líder da direita italiana Sílvio Berlusconi mudou de parecer e pediu aos senadores que votem a favor da moção de confiança a que se submete nesta quarta-feira (2/10) o governo de coalizão liderado pelo social-democrata Enrico Letta. "Decidi, depois de um intrincado debate interno, votar a favor da confiança", anunciou Berlusconi ante o Senado, depois de ter provocado há quatro dias uma crise política ao pedir que os cinco ministros de seu partido se demitissem.
"A Itália necessita de um governo que realize as reformas", reconheceu o líder indiscutível da direita italiana, ao evitar o que poderia ter sido uma derrota pessoal histórica. "Fizemos tudo que se podia fazer. Tínhamos a esperança e ainda a temos de que se pode mudar o clima de guerra fria civil que se vive na Itália", declarou o magnata, lamentando que seu partido conte "apenas com cinco ministros".
Na opinião dos analistas, Il Cavaliere, de 77 anos, provocou uma crise política para evitar ser expulso do Senado, como prevê a lei, depois de sua condenação definitiva no início de agosto a quatro anos de prisão por fraude fiscal (com três anos anistiados). Sem imunidade parlamentar, Berlusconi corre o risco de ser detido por vários processos nos quais foi acusado de abuso de poder, prostituição de menor e corrupção de um senador.