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Maduro expulsa diplomatas da embaixada dos EUA em Caracas

O presidente acusou os diplomatas de se reunirem com a extrema direita venezuelana para financiá-los e estimular ações para sabotar o sistema elétrico e a economia do país

Caracas - O presidente Nicolás Maduro ordenou nesta segunda-feira (30/9) a expulsão de três diplomatas, incluindo a encarregada de negócios da embaixada dos Estados Unidos em Caracas, que ele acusa de fomentar atos de sabotagem econômica e elétrica na Venezuela, em conluio com a oposição.

"Ordeno ao chanceler Elías Jaua que proceda à sua expulsão do país. Os funcionários têm 48 horas para deixar o país (...) ;Yankees, go home;, fora da Venezuela", disse Maduro, em um inflamado discurso público, sem especificar as acusações contra os diplomatas.

A encarregada de negócios dos Estados Unidos na Venezuela, Kelly Keiderling, está entre os três diplomatas expulsos hoje, de acordo com a página da delegação na internet. Ela é a funcionária de mais alto escalão dos Estados Unidos em Caracas atualmente.

Maduro anunciou a expulsão de "Kelly Keiderling, Elizabeth Hunderland e David Mutt". Uma fonte da embaixada consultada por telefone pela AFP disse que os outros dois diplomatas seriam parte da "seção política". A mesma fonte informou que ainda espera uma "notificação oficial do governo venezuelano" para confirmar os nomes dos expulsos.



O presidente venezuelano acusou os diplomatas de se reunirem "com a extrema direita venezuelana" para "financiá-los e estimular ações para sabotar o sistema elétrico e a economia" do país.

"Não importam as ações que o governo Barack Obama tomar! Não vamos permitir que um governo imperial venha trazer dinheiro para ver parar as empresas básicas e ver parar a eletricidade para apagar toda a Venezuela", acrescentou Maduro, em um ato militar no estado de Falcón (noroeste).

Em 5 de março passado, algumas horas antes do anúncio do falecimento do presidente Hugo Chávez (1999-2013), o governo venezuelano expulsou dois adidos militares da representação diplomática por, supostamente, promover "projetos desestabilizadores" contra o governo.

Estados Unidos e Venezuela se mantêm sem embaixadores desde 2010, embora os americanos continuem sendo os maiores compradores do petróleo do país sul-americano.