Ancara - Três meses depois da onda de protestos contra o governo, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, tocou nesta segunda-feira (30/9) na polêmica questão do véu islâmico, ao anunciar que as funcionárias públicas terão direito a usá-lo no trabalho, e apresentou medidas para reforçar os direitos das minorias, principalmente dos curdos.
Em um discurso muito aguardado feito à imprensa e a todos os membros de seu governo, Erdogan proclamou o fim da "proibição nas instituições públicas" de "medidas discriminatórias para as mulheres e os homens" com véu e barba.
"Essas restrições violam o direito ao trabalho, à liberdade de pensamento e de crença", explicou, se comprometendo a punir aqueles que impedirem as pessoas de exercer os direitos ligados a seus deveres religiosos".
Essas proibições serão mantidas em vigor para policiais, militares, procuradores e juízes, indicou o chefe de governo. Desde a sua chegada ao poder em 2002, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), de Erdogan, fez do fim da proibição do uso do véu islâmico uma de suas prioridades. Mas essa lei é um símbolo da Turquia laica defendida pelo fundador da República, Mustafa Kemal Atatürk.
A seis meses das eleições municipais, o anúncio de Erdogan pode reabrir as feridas causadas pela onda de contestação sem precedentes que sacudiu o país em junho. Durante cerca de um mês, dezenas de milhares de manifestantes saíram às ruas das maiores cidades do país, principalmente em Istambul, Ancara e Izmir (oeste), para protestar contra a guinada islâmica do governo.
Além dessa decisão emblemática, o primeiro-ministro apresentou nesta segunda reformas para reforçar os direitos das minorias, incluindo os curdos, no momento em que Ancara inicia negociações de paz com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) para pôr fim a um conflito curdo que deixou mais de 40.00 mortos desde 1984.
No plano político, Erdogan prometeu um debate sobre a redução do limite de 10% de votos necessário para que um partido entre no Parlamento. Essa medida abriria caminho para que as minorias conseguissem representação política.
Erdogan classificou seu plano de "histórico". Mas, sem surpresa, ele decepcionou os curdos, que exigem o ensino de sua língua nas escolas públicas e uma menção explícita a sua identidade na Constituição turca.
"Isto não é uma série de reformas para a democratização, é uma série de reformas para as eleições", lamentou a co-presidente do Partido curdo para a Paz e a Democracia (BDP), Gülten Kisanak.
Em um discurso muito aguardado feito à imprensa e a todos os membros de seu governo, Erdogan proclamou o fim da "proibição nas instituições públicas" de "medidas discriminatórias para as mulheres e os homens" com véu e barba.
"Essas restrições violam o direito ao trabalho, à liberdade de pensamento e de crença", explicou, se comprometendo a punir aqueles que impedirem as pessoas de exercer os direitos ligados a seus deveres religiosos".
Essas proibições serão mantidas em vigor para policiais, militares, procuradores e juízes, indicou o chefe de governo. Desde a sua chegada ao poder em 2002, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), de Erdogan, fez do fim da proibição do uso do véu islâmico uma de suas prioridades. Mas essa lei é um símbolo da Turquia laica defendida pelo fundador da República, Mustafa Kemal Atatürk.
A seis meses das eleições municipais, o anúncio de Erdogan pode reabrir as feridas causadas pela onda de contestação sem precedentes que sacudiu o país em junho. Durante cerca de um mês, dezenas de milhares de manifestantes saíram às ruas das maiores cidades do país, principalmente em Istambul, Ancara e Izmir (oeste), para protestar contra a guinada islâmica do governo.
Além dessa decisão emblemática, o primeiro-ministro apresentou nesta segunda reformas para reforçar os direitos das minorias, incluindo os curdos, no momento em que Ancara inicia negociações de paz com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) para pôr fim a um conflito curdo que deixou mais de 40.00 mortos desde 1984.
No plano político, Erdogan prometeu um debate sobre a redução do limite de 10% de votos necessário para que um partido entre no Parlamento. Essa medida abriria caminho para que as minorias conseguissem representação política.
Erdogan classificou seu plano de "histórico". Mas, sem surpresa, ele decepcionou os curdos, que exigem o ensino de sua língua nas escolas públicas e uma menção explícita a sua identidade na Constituição turca.
"Isto não é uma série de reformas para a democratização, é uma série de reformas para as eleições", lamentou a co-presidente do Partido curdo para a Paz e a Democracia (BDP), Gülten Kisanak.