O primeiro-ministro turco, o islamita conservador Recep Tayyip Erdogan, apresentou nesta segunda-feira (30/9) uma série de reformas que garantem mais direitos à minoria curda e a possibilidade de que funcionárias utilizem o véu islâmico em público. As novas medidas, que serão apresentadas na terça-feira (1;/10) no Parlamento, envolvem o "ensino nos colégios privados de línguas e dialetos" como o curdo, até agora proibido.
O PKK anunciou em março um cessar-fogo unilateral e iniciou em maio a retirada de seus combatentes do território turco para o Curdistão iraquiano, mas no início de mês suspendeu a operação, acusando o governo de não respeitar as promessas de reformas. Paralelamente, em seu discurso de uma hora, Erdogan anunciou que seu governo revogará uma disposição que proíbe que as funcionárias utilizem o véu islâmico no trabalho.
Vamos suspender a proibição nas instituições públicas de "medidas discriminatórias para as mulheres e os homens", disse o primeiro-ministro em referência ao véu islâmico e à barba. "Vamos suprimir estas violações que eram impostas contra a liberdade de credo", explicou.
No entanto, a restrição continuará vigente para policiais, militares, procuradores e magistrados, disse o chefe de Governo. Desde sua chegada ao poder, em 2002, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) de Erdogan defende o uso do véu islâmico em todos os campos, inclusive na esfera pública. A proibição já havia sido levantada nos campus universitários.