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Onda de atentados deixa ao menos 47 mortos e 140 feridos no Iraque

Nenhum grupo reivindicou os ataques, mas há vários meses movimentos vinculados aos insurgentes sunitas da Al-Qaeda atacam mesquitas, mercados, funerais e até campos de futebol frequentados por xiitas

Bagdá - Ao menos 47 pessoas morreram e 140 ficaram feridas nesta segunda-feira (30/9) em outra onda de atentados no Iraque, cometidos principalmente contra a minoria xiita, indicaram autoridades médicas e dos serviços de segurança. Estas explosões são o último episódio de uma série de ataques sectários no centro do país, que levantam os temores de um retorno ao conflito religioso entre xiitas e sunitas, que deixou dezenas de milhares de mortos e cujo auge foi registrado em 2006 e 2007.



A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) disse que está "cada vez mais preocupada pela situação no Iraque, onde as recentes ondas de violência sectária ameaçam provocar um novo deslocamento interno de iraquianos que tentam fugir dos bombardeios e de outros ataques". A ACNUR afirmou que 5.000 iraquianos já se deslocaram em 2013, somando-se aos mais de 1,13 milhão que fugiram ou foram obrigados a abandonar suas casas nos últimos anos.

A violência no Iraque chegou a um nível sem precedentes desde 2008, quando o país começava a sair do mortífero conflito sectário. Diplomatas e analistas afirmam que o governo dirigido pelos xiitas não conseguiu satisfazer as exigências da minoria árabe sunita, que se queixa da exclusão política e dos abusos das forças de segurança, o que desencadeou a espiral de violência.

As autoridades fizeram algumas concessões destinadas a acalmar os adversários do governo e os sunitas em geral, como a libertação de prisioneiros e aumentos dos salários dos sunitas que combatem a Al-Qaeda, mas ainda restam questões que precisam ser resolvidas. Por sua vez, a guerra civil na vizinha Síria aumentou a tensão religiosa no Iraque.