Nova York - O primeiro-ministro indiano Manmohan Singh e seu colega paquistanês Nawaz Sharif se reuniram neste domingo, em Nova York, à margem da Assembleia Geral da ONU, e concordaram em se esforçar para diminuir a violência na Caxemira.
"Ambos concordaram que a condição para uma melhoria na relação, que os dois países desejam, está em uma melhoria da situação na linha de controle de Caxemira", afirmou à imprensa o conselheiro indiano Shivshankar Menonen, referindo-se ao território himalaio.
Menon acresentou que em sua reunião Singh e Sharif decidiram consultar especialistas militares para "achar medidas eficazes para restabelecer um cessar-fogo".
As conversações acontecem depois de um ataque contra uma base militar do lado indiano de Caxemira na quinta-feira, que matou 10 pessoas.
Menon acrescentou que Sharif prometeu também ações para castigar os extremistas vinculados ao ataque de 2008 na cidade indiana de Mumbai, no qual 166 pessoas morreram. Apesar disso, a fonte descreveu o encontro como cordial.
Esta é a primeira reunião do tipo desde 2010 entre os dois países, que mantêm relações difíceis, principalmente em função da disputa pela região de Caxemira.
[SAIBAMAIS]
Também é o primeiro encontro entre Sharif e um dirigente indiano desde que este voltou ao poder em maio passado. Manmohan Singh minimizou na sexta-feira as conclusões às quais se poderia chegar após o encontro.
Durante um discurso no sábado, na ONU, o primeiro-ministro indiano acusou mais uma vez o Paquistão de apoiar o terrorismo contra a Índia.
Nova Délhi acusa Islamabad de ajudar materialmente os rebeldes da Caxemira, o que o Paquistão rejeita, apesar de não negar seu apoio moral ou político.
Sharif, por sua vez, afirmou ante a Assembleia Geral da ONU que o Paquistão e a Índia desperdiçaram recursos consideráveis em sua corrida pelas armas nucleares.
Índia e Paquistão, duas potências nucleares, se enfrentaram em três guerras desde sua independência em agosto de 1947. Dois desses conflitos se deram por causa da Caxemira, região dividida em duas, mas que ambos reivindicam.