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Tensão em Washington com a proximidade do bloqueio político sobre orçamento

Os republicanos da Câmara enviaram um projeto de orçamento ao Senado com fortes cortes nos fundos para a reforma de saúde do presidente



A difícil batalha entre o presidente e o partido democrata e a oposição republicana não dá mostras de ceder com a aproximação do prazo legal para que o Congresso aprove um orçamento 2013-2014 que permita ao Estado continuar funcionando plenamente e evite que o país caia em default.

"Nos próximos três dias, os republicanos da Câmara (de Representantes) deverão decidir se unir ao Senado e manter o governo funcionando ou bloqueá-lo porque não podem obter o que querem em algo que não tem nada a ver com o déficit", disse o presidente.

Os republicanos da Câmara enviaram um projeto de orçamento ao Senado com fortes cortes nos fundos para a reforma de saúde do presidente e o Senado o modificou, votou e aprovou nesta sexta-feira repondo esses fundos.

[SAIBAMAIS]Agora o texto voltará à Câmara, onde há poucas perspectivas de que a oposição o aprove. O mais provável é que seja novamente modificado e reenviado ao Senado, o que poderia esgotar o tempo para que os Estados Unidos se dotem de um orçamento dentro dos marcos legais regulamentares.

"Na terça-feira, 40 milhões de norte-americanos poderão finalmente adquirir seguros médicos de qualidade e acessíveis como qualquer outra pessoa", disse Obama.

"Isso está feito" apesar de o governo estar bloqueado, destacou Obama ao defender sua reforma - conhecida como "Obamacare"- que por lei determina a obrigatoriedade dos seguros de saúde e os subsidia a quem não pode custeá-lo.

Por outro lado, os serviços públicos federais podem ordenar férias forçadas sem remuneração para os funcionários que trabalham em serviços considerados não-essenciais a partir da primeira terça-feira de outubro.

O Congresso tem até segunda-feira às 23h59 locais para aprovar um projeto de lei comum ao Senado, controlado pelos democratas e a Câmara de Representantes, sob mando republicano.

Teto da dívida

O Congresso também deverá se pronunciar sobre o mesmo texto quanto ao teto da dívida legal do país, atualmente em 16,7 trilhões de dólares e já superado (o Tesouro estabeleceu medidas extraordinárias para financiar as necessidades de gasto público).

O presidente alertou que se essa quantia não é elevada e o país entrar em default pela primeira vez em sua história, teria consequências "em todo o mundo".

"Haveria um freio econômico com impactos não apenas aqui, mas em todo o mundo", disse.

"Teria um profundo efeito desestabilizador em toda a economia. Na economia mundial, porque os Estados Unidos são o sustento dos investimentos no mundo", explicou.

Em 2011, uma disputa similar no Congresso, com republicanos criticando o alto gasto público e pedindo cortes e os democratas batalhando por mais fundos, levou o país à beira do default.

A agência de classificação de risco Standard & Poor;s tirou então a nota "triplo A" para sua dívida soberana, a mais alta de sua escala.

Fim de semana agitado

A Câmara deve votar novamente no sábado e no domingo, mas o líder da maioria republicana, John Boehner, não disse que tipo de modificação farão especificamente sobre o projeto.

Se não chegarem a um acordo, além dos serviços públicos serem fechados, 1,4 milhão de militares continuarão trabalhando sem receber temporariamente seu pagamento.

Os economistas consideram que um fechamento prolongado dos serviços públicos poderia cortar o crescimento do último trimestre. Wall Street fechou a semana em queda devido a esta batalha política.

Obama disse que a não-aprovação de um orçamento seria um freio em coletiva a uma economia que "começa a se recuperar".