Milhares de pessoas protestaram nesta quinta-feira (26/9) no Sudão exigindo a queda do regime, no quarto dia de um movimento de contestação de magnitude sem precedentes contra medidas de austeridade que já deixou pelo menos 29 mortos.
O presidente Omar al-Bashir, que deveria pronunciar um discurso nesta quinta-feira (26/9) na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, permaneceu no país, sem a concessão de um visto pelos Estados Unidos, segundo a diplomacia sudanesa.
As concentrações foram realizadas à noite em Oumdurman, cidade vizinha de Cartum, onde centenas de pessoas foram dispersadas pela polícia com bombas de gás lacrimogêneo. "Liberdade, liberdade", "o povo quer a queda do regime", gritavam os manifestantes, segundo um correspondente da AFP.
Pelo menos 29 pessoas morreram entre segunda e quarta-feira, segundo fontes hospitalares, em um registro confirmada na noite desta quinta-feira pela polícia.
A embaixada dos Estados Unidos em Cartum pediu que todas as partes não recorram à força e respeitem as liberdades públicas, assim como o direito de concentração pacífica.
O governo do Sudão anunciou que as escolas da capital do país permanecerão fechadas até 30 de setembro.
A conexão com a internet, cortadas na quarta-feira, foram restabelecidas.
O Sudão perdeu bilhões de dólares em receita com o petróleo depois da independência do Sul, há dois anos. O país vem sendo afetado por uma inflação galopante e tem dificuldades para financiar suas importações.