Nova York - O presidente libanês, Michel Sleimane, fez um apelo aos países amigos na Assembleia-Geral da ONU, nesta terça-feira, para que ajudem o Líbano a suportar a "pesada carga" de milhares de refugiados sírios.
Os libaneses "têm necessidade de acompanhamento e de apoio de países amigos para enfrentar as repercussões das crises que dizem respeito a todos e que ameaçam sua segurança e estabilidade", discursou Sleimane.
"O principal desafio, em amplitude e em urgência, e que adquire agora uma dimensão existencial, diz respeito ao aumento sem precedentes do número de refugiados que chegam da Síria e que ultrapassam a capacidade de acolhida do Líbano", afirmou, lembrando que os refugiados representam mais de 25% da população libanesa.
Ele pediu à comunidade internacional que "proporcione os recursos humanos e financeiros suficientes (...) com o objetivo de conter e administrar a presença de refugiados sírios no Líbano e de responder às suas necessidades humanitárias e vitais".
Nesse sentido, Sleimane lembrou que os compromissos financeiros contraídos na conferência de doadores no Kuwait, em 30 de janeiro, foram "parcialmente mantidos".
O presidente sugeriu ainda que "se desenvolvam estruturas e espaços de acolhida" no interior do território sírio, mas longe dos combates, e que se organize uma "conferência internacional" sobre a questão dos refugiados. Segundo Sleimane, o objetivo é "refletir sobre as diferentes maneiras de compartilhar a carga entre os diferentes países de acordo com o princípio de responsabilidade coletiva".
Há 2,1 milhões de refugiados sírios, 97% dos quais estão estabelecidos nos países vizinhos (Líbano, Jordânia, Iraque e Turquia), informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). O Líbano acolhe a maioria deles, cerca de 746 mil, segundo o Acnur, mas as autoridades libanesas falam da presença em seu território de 1,3 milhão de sírios, levando-se em conta os que não estão registrados como refugiados.
Uma reunião internacional acontecerá em Nova York, na quarta-feira, por iniciativa da França, para ajudar o Líbano a lidar com o fluxo de refugiados sírios. Essa primeira reunião do grupo internacional de apoio ao Líbano, que inclui os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, será realizada em paralelo à Assembleia-Geral.