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Obama exige da ONU forte resolução sobre a Síria e mantém ameaça militar

bama criticou os que duvidam da responsabilidade de Damasco nos ataques com armas químicas de 21 de agosto, que quase levaram a uma intervenção militar americana



França espera resolução com ;medidas coercitivas;

Há uma semana, russos e ocidentais se enfrentam no campo diplomático sobre o conteúdo da resolução que deve ser adotada no Conselho de Segurança da ONU, após a adoção, em Genebra, no dia 14 de setembro de um plano russo-americano para desmantelar o arsenal químico sírio.

Os ocidentais querem uma resolução "vinculante", o que seria o caso se fosse adotada sob o capítulo VII da Carta da ONU. Já a Rússia se opõe, defendendo que essas medidas sejam alvo, eventualmente, de uma segunda resolução, a ser votada em caso de violação dos compromissos anteriores acordados pela Síria.

Em sua intervenção na Assembleia Geral da ONU, o presidente francês, François Hollande, pediu que o Conselho adote uma resolução que preveja "medidas coercitivas", como plano B.

Hollande pôs três "exigências", entre elas, a inclusão de medidas estabelecidas no Capítulo VII, "que abriria o caminho para uma possível ação armada contra o regime, em caso de descumprimento de suas obrigações".

Antes, em seu discurso de abertura na Assembleia, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, havia pedido à comunidade internacional que "pare de alimentar o derramamento de sangue" na Síria.

"A vitória militar é uma ilusão. A única resposta é um acordo político", disse Ban na Assembleia, que reúne 130 chefes de Estado e de governo.

Ban Ki-moon disse esperar a "adoção iminente" de uma resolução, que "deve ser seguida imediatamente de uma ação humanitária" na Síria, onde dois milhões de pessoas tiveram de deixar suas casas.

É o "maior desafio à paz e à segurança no mundo", afirmou o chefe da ONU.

Freiras presas em um convento

No campo de batalha, quase 40 freiras e órfãos estavam bloqueados em um convento da cidade cristã síria de Maaloula, palco de tiroteios entre o Exército e os rebeldes, denunciou nesta terça o patriarcado greco-ortodoxo de Antióquia e de todo o Oriente.

O convento fica entre a colina de Maaloula, ocupada pelos rebeldes, e a praça da cidade, sob controle do Exército.

Os rebeldes assumiram o controle da cidade em 9 de setembro. Três dias depois, o Exército sírio entrou na localidade para expulsá-los e, desde então, os tiroteios são diários.

Maaloula, a cerca de 55 km de Damasco, é uma das cidades cristãs mais conhecidas da Síria, e seus moradores falam aramaico. Também é conhecida por seus abrigos troglodíticos que datam dos primeiros séculos do Cristianismo.