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Ex-agente do FBI assume vazamento de informação

O governo Barack Obama recebeu fortes críticas de congressistas e de grupos de defesa dos direitos civis por suas investigações dos vazamentos

O ex-agente do FBI Donald Sachtleben se declarou culpado de ter vazado informação sigilosa sobre um frustrado atentado terrorista, informou o departamento de Justiça dos EUA nesta segunda-feira.

O caso provocou polêmica, depois da descoberta de que as autoridades tiveram acesso clandestino aos registros telefônicos dos repórteres da agência de notícias Associated Press (AP).

Sachtleben "revelou voluntariamente (...) informação de segurança nacional a uma pessoa não autorizada a recebê-la: um repórter de uma organização nacional de notícias", anunciou o departamento, acrescentando que o réu também deverá se declarar culpado em um caso separado de pornografia infantil.

O governo Barack Obama recebeu fortes críticas de congressistas e de grupos de defesa dos direitos civis por suas investigações dos vazamentos, depois de grampear várias linhas de telefone da AP.

"Após esforços investigativos sem precedentes por parte dos promotores, agentes do FBI e de analistas, Donald Sachtleben foi acusado hoje de traição revoltante à nossa segurança nacional", afirmou o procurador federal Ronald Machen.

"Esse processo mostra nossa profunda determinação de responsabilizar qualquer um que viole a solene obrigação de proteger nossos segredos nacionais e prevenir, no futuro, potenciais vazamentos devastadores por parte daqueles que gratuitamente ignoram suas obrigações de salvaguardar a informação sigilosa", afirmou.

O vazamento se refere a uma operação da CIA que conseguiu impedir um ataque do braço da rede Al-Qaeda em 2012. O plano era detonar uma bomba em um avião com destino aos EUA.

Sachtleben trabalhou para o FBI de 1983 até 2008 como técnico de explosivos e, após sua aposentadoria, foi empregado como funcionário terceirizado de segurança.

O acordo de declaração firmado por Sachtleben determina que ele seja sentenciado a 43 meses pelas acusações de vazamento e 97 meses pelas de pornografia infantil.