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Quenianos e israelenses combatem terroristas que mataram 68 em shopping

O Centro de Operações para Desastres Nacionais do Quênia informou em uma mensagem no Twitter que há "intensos combates em curso"



O médico peruano Juan Jesús Ortiz, ex-vice-diretor do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Quênia, figura entre os falecidos, informou neste domingo a chancelaria peruana. Ortiz, de 63 anos, estava no shopping com a filha, que ficou ferida e recebeu atendimento médico, disse a fonte. Ortiz trabalhava como consultor internacional da Unicef e do Banco Mundial em saúde pública em Nairóbi, onde vivia há anos.

[SAIBAMAIS]O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou que o ataque foi um ato completamente reprovável. "Este ato premeditado, que ataca civis indefesos, é totalmente reprovável. Os autores devem ser conduzidos à justiça o quanto antes", lamentou. Na manhã deste domingo foi ouvido um intenso tiroteio procedente do interior do shopping, cercado pelas forças de segurança, que receberam importantes reforços e proibiram o acesso dos jornalistas. "Um número não conhecido de agressores continua no local, entre 10 e 15", declarou o ministro do Interior, Ole Lenku.

"Tememos que o número de mortos seja muito maior que o que temos, a julgar pelos corpos que vimos dentro" do centro comercial, disse uma autoridade policial depois das informações recebidas sobre a presença de diversos corpos dentro do prédio. "Há mais mortos no interior e alguns criminosos seguem armados, lançam granadas e disparam contra a polícia", disse esta fonte policial. "O balanço pode ser muito, muito maior", ressaltou.

Três britânicos, uma holandesa, um sul-africano, uma sul-coreana e dois indianos, além do famoso poeta ganês Kofi Awoonor, estão entre os mortos. Muitos soldados com capacetes e coletes à prova de balas, alguns com lança-granadas, estão mobilizados nos arredores do centro comercial. Clientes e funcionários do shopping, traumatizados e presos por longas horas no estabelecimento, saíram na noite de sábado em pequenos grupos à medida que avançava a lenta e prudente operação das forças de segurança.

Os feridos e os corpos das vítimas já recolhidos foram transferidos pelos serviços de emergência. Este centro comercial, aberto em 2007 e com uma participação de capital israelense, tem restaurantes, cafés, bancos, várias salas de cinema e um grande supermercado, onde no sábado muitas famílias faziam compras. As empresas de segurança mencionavam regularmente o Westgate Mall, que atrai milhares de pessoas, como possível alvo de grupos relacionados à Al-Qaeda.

Os ;shebab; reivindicam o massacre

Na noite de sábado, o grupo somali shebab, vinculado à Al-Qaeda, reivindicou através do Twitter o massacre e afirmaram que a operação é uma represália contra a intervenção das tropas quenianas na Somália, ressaltando que já "preveniram o Quênia em diversas ocasiões". "A mensagem que enviamos ao governo e à população quenianos é e será sempre a mesma: retirem todas as suas forças de nosso país", acrescentou a mensagem dos islamitas somalis.

As Forças Armadas quenianas penetraram na Somália em 2011 e desde então mantêm sua presença no sul do país no âmbito de uma força africana multinacional que apoia o governo somali em sua luta contra os shebab.