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Grupo ligado à Al-Qaeda mata pelo menos 39 pessoas em shopping de Nairóbi

Criminosos dispararam e lançaram granadas contra clientes e funcionários do shopping



O Palácio do Eliseu informou que duas francesas morreram na ação ;terrorista; e manifestou a "total solidariedade" do presidente François Hollande com as autoridades quenianas.

"O presidente da República condena, com a maior firmeza, este covarde atentado e compartilha a dor da família dos nossos compatriotas", destaca o comunicado.

O Departamento de Estado americano informou que cidadãos dos Estados Unidos ficaram feridos no que chamou de um "ato de violência desmedido".

Washington "condenou este atentado desmedido no qual homens, mulheres e crianças inocentes foram mortos ou feridos", e destacou que "segue de perto" a evolução da situação em Nairóbi.

Em Londres, o ministro das Relações Exteriores, William Hague, disse que cidadãos britânicos estão, "sem qualquer dúvida", entre as vítimas do atentado.

Em mensagem no Twitter, a milícia ;Shebab; assumiu a autoria do ataque informando que "os mujahedines entraram ao meio-dia de hoje no Westgate (...). Eles mataram mais de 100 infiéis quenianos e a batalha prossegue".

Segundo os rebeldes, o ataque foi uma represália à intervenção das forças armadas do Quênia no sul da Somália contra o grupo islâmico, após o governo queniano "ignorar reiteradas advertências".

"Esta é a justiça punitiva pelos crimes de seus soldados" envolvidos no conflito somali. "Por terra, ar e mar, as forças quenianas invadiram nossa pátria muçulmana, matando centenas de muçulmanos e provocando a fuga de milhares".

"Em numerosas ocasiões o governo queniano foi alertado de que a presença de suas forças na Somália teria consequências dramáticas (...). A mensagem que enviamos ao governo e à população queniana é e será sempre a mesma: retirem todas as suas forças do nosso país".

O presidente Kenyatta reagiu afirmando que o Quênia "já superou ataques terroristas no passado e vencerá novamente", em mensagem em rede nacional de TV.

Segundo Kenyatta, os agressores "querem implantar o medo e o desânimo em nosso país, mas não nos deixaremos intimidar. O terrorismo é a filosofia dos fracos".

O Exército do Quênia entrou na Somália em 2011, onde ocupa o sul do país, como parte da força africana multinacional que apoia o governo somali contra os rebeldes islâmicos.

A Casa Branca qualificou de "vil" o ataque e prometeu ajudar o Quênia em seus esforços contra o terrorismo.

"Os Estados Unidos condenam, nos termos mais enérgicos, este vil ataque terrorista contra civis inocentes hoje no Westgate Shopping Mall em Nairóbi (...). Os autores deste ato desumano devem ser levados à Justiça, e oferecemos nosso apoio total ao governo do Quênia para atingir este objetivo", disse a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Caitlin Hayden.

Terror no shopping
Após a invasão, unidades de elite do exército queniano foram mobilizadas para reforçar as forças policiais no local e ajudar na retirada dos clientes e dos funcionários do shopping, sobrevoado por helicópteros.

Segundo uma fonte de segurança, policiais e soldados quenianos conseguiram encurralar os sobreviventes do grupo armado dentro do centro comercial.

"Os criminosos foram isolados e estão encurralados em uma área em um dos andares. O resto do shopping parece estar seguro", afirmou a fonte à AFP no local.

Testemunhas revelaram que os invasores falavam em árabe ou somali.

Muito movimentado nos fins de semana, o Westgate Mall era citado regularmente como possível alvo de grupos relacionados à Al-Qaeda, como os insurgentes ;Shebab;.

Este tipo de ataque é algo que jamais havia ocorrido na capital queniana e pode ser o atentado mais sangrento desde a ação suicida da Al-Qaeda de 1998, que teve como alvo em agosto daquele ano a embaixada americana em Nairóbi, resultando em mais de 200 mortos.

Uma jornalista da AFP-TV viu três corpos em frente ao shopping e dois em seu interior. Feridos e ensanguentados, pais com seus filhos nos braços, assustados e nervosos, saíam em desespero do edifício de quatro andares.

As forças de segurança avançavam loja por loja para retirar as pessoas escondidas e buscar os homens armados, mascarados e vestidos de preto, que tinham em seu poder sete reféns.

"São sete reféns, está confirmado", declarou à AFP um policial no local.

Mas o número de reféns pode ser maior, devido à quantidade de pessoas que estavam no local durante o ataque e pelo tamanho do shopping.

O Westgate Mall é um labirinto de lojas de todo o tipo, onde é muito fácil se esconder.

Segundo uma testemunha, os criminosos executaram clientes.

Este centro comercial, aberto em 2007 e próximo à sede local das Nações Unidas, tem restaurantes, cafés, bancos, um grande supermercado e várias salas de cinema que atraem milhares de pessoas todos os dias.