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Ao menos 56 soldados e policiais são mortos em ataques da Al-Qaeda no Iêmen

Os ataques foram cometidos na província de Chabwa. A ação mais violenta foi executada por um carro-bomba, que matou 38 militares responsáveis pela segurança dos campos de petróleo da região

Sana - Ao menos 56 militares morreram nesta sexta-feira (20/9) em três ataques simultâneos, dois deles com carro-bomba, cometidos no sul do Iêmen, onde as autoridades combatem a Al-Qaeda, a quem atribuíram estes atentados. Segundo fontes militares e autoridades locais, os três ataques, cometidos ao amanhecer na província de Chabwa, feudo da Al-Qaeda, também deixaram vários feridos entre as forças governamentais e oito criminosos mortos.



Simultaneamente a este ataque, "um terrorista a bordo de um carro-bomba detonou os explosivos antes de chegar ao seu alvo, um posto do exército" em Al-Nusheiba, um pouco mais distante, afirmou à AFP uma fonte militar, que indicou que 10 soldados morreram na explosão.

Militares capturados


Os criminosos capturaram militares depois deste ataque em Al-Nusheiba, informaram testemunhas ouvidas pela AFP, que não puderam informar o número exato. A cerca de 15 km de distância de Al-Nusheiba, em Maifaa, supostos membros da Al-Qaeda armados atacaram um acampamento das unidades especiais das forças de segurança e mataram oito policiais, afirmaram fontes militares.

O número de vítimas pode aumentar, já que os ataques deixaram vários feridos, segundo as mesmas fontes. O ministério da Defesa iemenita informou que um quarto ataque foi frustrado. O exército "interceptou um veículo carregado de explosivos que se dirigia ao acampamento das forças de segurança em Ain Ba;maabad e ao terminal de gás de Belhaf, abrindo fogo contra o veículo, que explodiu, matando o terrorista que o conduzia", disse o ministério em seu site.

Fontes militares atribuem estes ataques à rede Al-Qaeda, muito ativa no sul e no leste do Iêmen, embora até o momento não tenham sido reivindicados. Os atentados desta sexta-feira ocorrem após a morte no dia 30 de agosto de um chefe militar da AQPA, QaIed al-Dhahab, em um bombardeio de um drone na província de Bayda (centro), 170 km a sudeste de Sanaa. A AQPA confirmou sua morte em meados de setembro e prometeu "mais ódio e mais rancor" em relação aos Estados Unidos e seus aliados.

Este bombardeio foi o 10; ataque de um drone no Iêmen desde 28 de julho e elevou a mais de 40 os mortos nestas incursões. Os Estados Unidos estariam por trás destes ataques, já que são os únicos que dispõem de drones na região e que ajudam as autoridades iemenitas em sua luta contra a rede extremista. A AQPA é considerada o braço mais perigoso da rede fundada por Osama Bin Laden, um saudita cuja família é originária do Iêmen. A Al-Qaeda aproveitou a fragilidade do poder central durante a insurreição popular contra o ex-presidente Ali Abdullah Saleh em 2011 para se reforçar no leste e no sul do Iêmen, o país mais pobre da Península Arábica.