[SAIBAMAIS]Seu biógrafo, Gerd Langguth, ressalta que Merkel, apesar de estar sempre sob os holofotes, permanece um enigma. "É uma esfíngie", o que aprendeu em seus anos sob a ditadura da Alemanha Oriental", escreveu. Quando menina, Angela Dorotea Kasner - a primeira mulher a governar a Alemanha e a primeira desde Margaret Thatcher a comandar um grande país europeu - sonha em tornar-se patinadora artística.
Agora, oito anos depois de sua ascensão ao poder graças a uma aliança entre os conservadores da União Democrática Cristã (CDU) e os social-democratas, Merkel conta com 60% de opiniões favoráveis, algo que não tem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial. "Ela se transformou em uma espécie de mãe da nação", afirma o cientista político Oskar Niedermayer. "Ela encarna o comum dos mortais e isto agrada as pessoas", completa, ao destacar a imagem da mulher que se tornou a líder conservadora de sua geração.
Amante da ópera, do vinho tinto francês e das caminhadas nas montanhas italianas, Merkel, que faz as compras por conta própria em um supermercado barato, proclama que seu modelo é a dona de casa alemã, símbolo da austeridade e do autocontrole. E seu marido, o professor de química Joachim Sauer, com quem Merkel se casou em 1998, é tão tímido que não compareceu à cerimônia de posse da chanceler, em 2005.