Washington - O presidente americano, Barack Obama, disse nesta terça-feira (17/9) que "não é uma opção" decretar medidas para conter as deportações dos pais dos "dreamers", como são chamados os jovens estudantes nascidos em lares de imigrantes em situação ilegal nos EUA.
Obama ressaltou que seu trabalho é "cumprir as leis" sobre os imigrantes em situação clandestina, e que apenas pode argumentar que o governo não tem recursos suficientes para fazer tudo que está previsto na lei.
Em 2012, o presidente decidiu paralisar as deportações dos "dreamers", os jovens estudantes levados por seus pais para os EUA quando crianças. A maioria é oriunda de países latino-americanos, mas foi criada nos EUA, como um norte-americano.
"Mas, se começarmos a ampliar isso, então, essencialmente, eu estaria ignorando a lei, de uma maneira que eu acho que seria muito difícil de defender legalmente. Assim, isso não é uma opção", disse o presidente, na entrevista ao Telemundo.
Diante da paralisia de um projeto de reforma migratória na Câmara dos Representantes, dirigentes do movimento a favor dos imigrantes pediram a Obama medidas rápidas para salvar os deportados. Obama enfatizou que o único "caminho para conseguir isso é pelo Congresso".
Em junho, o Senado, controlado pelos democratas, aprovou um projeto que contempla a possibilidade de concessão de cidadania dos imigrantes em situação irregular, ao mesmo tempo em que se reforçaria a segurança na fronteira e se mudaria o sistema de vistos.
Na Câmara de Representantes, porém, os republicanos se opõem à reforma.
O presidente da Câmara, o republicano John Boehner, já declarou que enviará para votação em plenária apenas uma proposta que tenha sido aprovada antes pela maioria de seus correligionários.
"Não é que não existam os votos. Os votos estão aí. A única coisa que impede a votação é que Boehner decidiu que não quer votar agora", disse Obama.
As autoridades dos Estados Unidos deportaram um número recorde de quase 410 mil imigrantes clandestinos, entre outubro de 2011 e setembro de 2012. Mais da metade tinha antecedentes penais.