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Operação para reerguer o navio Costa Concordia é concluída na Itália

Quando a embarcação estiver estabilizada, mergulhadores vão tentar encontrar os corpos de duas vítimas



O vice-prefeito de Giglio, Mario Pellegrini, que permaneceu mobilizado durante toda a noite do naufrágio para salvar os passageiros, disse que estava comovido. O barco "começa a se parecer com o daquela noite", disse. "De verdade é muito impressionante ver o estado do navio. Perturba porque temos diante de nós uma tragédia", declarou o almirante Stefano Tortora, um dos especialistas responsáveis pela rotação.

[SAIBAMAIS]O especialista em resgate de barcos que dirigia as operações a partir de uma plataforma flutuante, o sul-africano Nick Sloane, foi aplaudido como um herói nas docas. "Sinto alívio. Uma operação desta escala nunca havia sido realizada. Era um pouco como umas montanhas-russas", disse Sloane, que dirige as operações há mais de um ano. "Agora temos que fazer uma inspeção detalhada dos danos sofridos pelo barco", acrescentou, antes de entrar em um bar e pedir uma cerveja. "Se é bastante forte para se erguer desta maneira, também é para voltar a flutuar", acrescentou.

A complexa operação para resgatar o gigante de 17 andares, 290 metros de comprimento e 114.000 toneladas - maior e com quase o dobro do peso do "Titanic" - começou na segunda-feira de manhã. O navio, que tinha 65 graus de inclinação quando estava recostado sobre os arrecifes, iniciou a rotação impulsionado por 36 enormes cabos de aço presos a pequenas torres instaladas para a operação.

Por volta da meia noite (19 de Brasília), Gabrielli havia anunciado que a rotação havia superado "o nível fatídico dos 24 graus" e que a fase final se aproximava. Quase 100 engenheiros e técnicos de várias nacionalidades participaram na operação para resgatar o transatlântico.



Trata-se de uma operação sem precedentes na história da engenharia moderna para um navio tão grande e localizado tão perto da costa, de um custo avaliado em mais de 600 milhões de euros. Na próxima etapa, a embarcação será estabilizada com enormes recipientes com água fixados em bombordo e estibordo na parte superior do casco, que irão se esvaziando para permitir que a embarcação flutue e possa ser rebocada.

Depois que o navio estiver estabilizado, uma equipe de mergulhadores vai procurar os restos das duas pessoas que ainda estão desaparecidas: uma passageira italiana e um camareiro indiano.