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Multidão de católicos acompanha beatificação de padre argentino

Depois de um longo processo de canonização, o Vaticano reconheceu Brochero por um milagre ocorrido em 2000, e o papa Bento XVI assinou sua beatificação no final de 2012

Buenos Aires - Milhares de fiéis católicos assistiram neste sábado (14/9) à beatificação do cura argentino José Brochero, morto de lepra em 1914, em uma missa presidida pelo cardeal Angelo Amato, enviado do Papa Francisco.

A celebração aconteceu na província de Córdoba, 700 km ao norte de Buenos Aires.

"Acolhendo o desejo de muitos irmãos e fiéis e depois de ter ouvido o parecer da Congregação para a Causa dos Santos, concedemos que o venerável servo de Deus José Gabriel Brochero (...) seja chamado beato de agora em diante", ressaltou o papa Francisco, em carta lida por Amato.

Uma multidão estimada em cerca de 150 mil peregrinos ovacionou a beatificação do chamado "Cura Gaúcho", a primeira no país sul-americano sob o papado de Francisco, em uma missa realizada em plena serra cordobesa. Foi lá que o beato cumpriu sua missão religiosa.



Depois de um longo processo de canonização, o Vaticano reconheceu Brochero por um milagre ocorrido em 2000, e o papa Bento XVI assinou sua beatificação no final de 2012.

Nicolás Flores Violino, de 13 anos, o menino cuja cura após um grave acidente de trânsito é atribuída a um milagre do sacerdote Brochero, foi o encarregado de levar as relíquias do beato até o altar, em um dos momentos mais emocionantes da cerimônia.

A causa pela beatificação foi iniciada em 1965, mas apenas em 2012 uma junta médica do Vaticano aprovou por unanimidade que a cura do menino fosse atribuída ao padre.

Nicolás tinha 11 meses, quando sofreu um grave acidente de carro, junto com a família. Nele, perdeu massa encefálica, mas seu pai invocou a cura a Brochero. Semanas depois, o médico que tratava do bebê anunciou que ele sobrevivera, apesar de todos os prognósticos negativos.