Jornal Correio Braziliense

Mundo

Grupos ligados à Al-Qaeda mantêm silêncio sobre crise na Síria

O Estado Islâmico do Iraque em Levante e a Frente Al-Nusra se recusam a comentar, porque eles não querem reconhecer a ajuda que pode trazer os Estados Unidos, um dos principais inimigos

Bagdá - Os grupos filiados à rede extremista islâmica Al-Qaeda permanecem em silêncio sobre o ataque militar ocidental contra a Síria, possivelmente porque seriam beneficiados por ele, acreditam vários analistas. O Estado Islâmico do Iraque em Levante (EIIL) e a Frente Al-Nusra, dois dos principais grupos jihadistas se recusam a comentar, porque, de acordo com analistas, eles não querem reconhecer a ajuda que pode trazer os Estados Unidos, um dos principais inimigos.



Um professor de ciência política da Universidade de Bagdá, Ihsan al-Shammari, também acredita que qualquer ação que "enfraqueça Assad permitirá que conquistem terreno, e por isso permanecem em silêncio sobre os ataques". "Grupos como o EIIL e Al-Nusra têm muito a ganhar", acrescenta. Embora a proposta russa de colocar sob controle internacional o arsenal químico da Síria e a resposta positiva dos Estados Unidos tenham adiado um possível ataque, a discussão continua em sites jihadistas.

Alguns jihadistas aprovam timidamente possíveis ataques, enquanto outros ainda estão hesitantes. A intervenção ocidental na Líbia em 2011 "não foi realizada a pedido dos muçulmanos ou dos jihadistas, mas por fim foi positiva para os jihadistas", diz um militante no site Honein.

"Nada de bom pode vir dos norte-americanos, como vimos no Iraque e em outras partes do mundo", responde outro internauta, Abu Karam. "Os jihadistas do Levante devem ter cuidado e não confiar nas hipóteses evocadas antes do ataque pelos cruzados" (Estados Unidos), ressalta Abu Saad al Ameli. "Devem se preparar como se os cruzados fossem ataca-los", acrescenta. "Os inimigos vão tentar atacar dois alvos durante o mesmo ataque", conclui.