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Síria diz estar disposta a entregar armas químicas e parar a produção

O comunicado foi feito ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Muallem

A Síria está disposta a mostrar seu arsenal químico à comunidade internacional e cessar sua produção, declarou nesta segunda-feira o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Muallem.

"Nós estamos dispostos a anunciar onde se encontram as armas químicas, cessar a produção das armas químicas e mostrar as instalações aos representantes da Rússia, de outros países e da ONU", a declarou Muallem à agência de notícias russa Interfax.

De acordo com o secretário de Estado americano, John Kerry, a Rússia enviará uma proposta sobre Síria aos EUA nesta terça-feira.

Os ocidentais acusam o regime sírio de ter efetuado um ataque com armas químicas no dia 21 de agosto perto de Damasco, que deixou centenas de mortos. "Nós estamos dispostos a anunciar onde estão as armas químicas, suspender a produção das armas químicas e mostrar as instalações aos representantes da Rússia, de outros países e da ONU", declarou Mouallem. "Nossa adesão por iniciativa russa traduz a nossa vontade de não possuir mais armas químicas", acrescentou.

A recepção favorável reservada por Washington à iniciativa russa parece distanciar a perspectiva de ataques contra o regime sírio, acusado de um ataque químico.

O primeiro-ministro sírio, Wael al-Halaqi, ressaltou nesta terça-feira que Damasco apoia a proposta russa com o objetivo de evitar uma ofensiva americana. "O apoio do governo à iniciativa russa traduz nossas preocupações com a vida dos cidadãos e com a segurança da Síria, e tem como objetivo impedir uma guerra que poderá ter consequências mais além da região", declarou Halaqi, citado pela agência nacional síria Sana. "O povo sírio quer sair da crise atual para um diálogo nacional, e recebe favoravelmente qualquer iniciativa que vá nesta direção, principalmente a de Genebra 2", acrescentou Halaqi.

Ele se referiu, com isso, a uma conferência de paz internacional sobre a Síria, que Moscou e Washington tentam organizar, visando a reunir rebeldes e regime em negociações.