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Rússia deixa Conselho de Segurança refém na crise síria, diz Samantha Power

Power declarou que a proteção da Rússia ao presidente Bashar al-Assaf coloca sob grande tensão todo o sistema de gestão de crises internacionais do Conselho de Segurança

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Samantha Power, acusou nesta quinta-feira (5/9) a Rússia de manter o Conselho de Segurança "refém" na crise síria. Power declarou a jornalistas que a comunidade internacional não pode permitir que o governo sírio atue impunemente, fazendo uso de armas químicas, porque seu "protetor" russo bloqueia o Conselho.

Com a possibilidade de uma intervenção militar na Síria, Power declarou que a proteção da Rússia ao presidente Bashar al-Assaf coloca sob grande tensão todo o sistema de gestão de crises internacionais do Conselho de Segurança. "Mesmo com o golpe flagrante às normas internacionais contra o uso de armas químicas, a Rússia ainda mantém refém o Conselho e ilude as suas responsabilidades internacionais", disse Power.

A embaixadora, que assumiu o cargo no mês passado, indicou que o sistema do Conselho de Segurança, no qual os cinco membros permanentes (Rússia, EUA, China, França e China) podem vetar qualquer resolução, falhou com o povo sírio. "Em vez disso, o sistema tem protegido as prerrogativas da Rússia, que patrocina um regime que descaradamente cometeu o maior ataque com armas químicas em um quarto de século", ressaltou.



A embaixadora falou após uma autoridade americana revelar que os outros membros da ONU têm evidências de que o regime de Assad lançou um ataque com gás sarin perto de Damasco em 21 de agosto.

Power insistiu que as evidências "apontam esmagadoramente para uma conclusão clara: o regime de Assad realizou um ataque indiscriminado de grande escala contra o seu próprio povo com armas químicas".

Rússia e China vetaram três resoluções propostas pelas potências ocidentais destinadas a aumentar a pressão sobre Assad.

No entanto, o presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta semana que estaria disposto a considerar uma ação se o Conselho de Segurança estivesse convencido de que o governo Assad realizou o ataque de 21 de agosto.