Damasco - "O regime sírio não se curvará às ameaças de um ataque de Ocidente, mesmo se houver uma Terceira Guerra Mundial", afirmou à AFP, nesta quarta-feira (4/9), o vice-ministro sírio das Relações Exteriores, Fayçal Moqdad. "O governo sírio não mudará sua posição. Nenhum sírio pode sacrificar a independência de seu país", ressaltou Moqdad, garantindo que Damasco tomou todas as medidas para reagir a uma agressão externa, no momento em que Estados Unidos e França tentam formar uma coalizão para "punir" o regime sírio pelo suposto uso de armas químicas.
[SAIBAMAIS]"É vergonhoso que o presidente francês diga: ;Se o Congresso aprovar, vou à guerra, se não aprovar, não vou;, como se o governo francês não tivesse mais nada a dizer", afirmou Moqdad. "Ninguém pode prever a situação na região depois de uma agressão", advertiu, ressaltando que o regime sírio está mobilizando seus aliados e que a posição da Rússia não mudou.
"Irã, Rússia, África do Sul e vários países árabes rejeitaram a agressão e estão dispostos a enfrentar a guerra que será declarada pelos Estados Unidos e seus aliados, incluindo a França, contra a Síria", salientou o vice-ministro. "A posição da Rússia não mudou. É uma posição responsável de um amigo que está a favor da paz", acrescentou, ao comentar as declarações do presidente russo, Vladimir Putin, feitas em Moscou.
Putin, maior aliado de Bashar al-Assad fora do Oriente Médio, disse nesta quarta que, se ficar comprovado quais armas foram usadas e quem as utilizou, a Rússia "estará disposta a atuar de maneira mais decisiva e séria". Mas depois, o presidente russo lançou um alerta de que uma aprovação do Congresso americano a um ataque à Síria seria considerada por ele uma agressão.