Cairo - Um tribunal egípcio ordenou nesta terça-feira (3/9) o fechamento de quatro emissoras de televisão, incluindo a estação local da Al-Jazeera e a rede da Irmandade Muçulmana, o grupo ao qual pertence o presidente islamita destituído Mohamed Muosy. Além da Al-Jazeera Mubasher Misr e da Ahrar 25, o tribunal administrativo do Cairo também ordenou o fechamento de outras duas emissoras islamitas, Al-Quds e Al-Yarmuk.
[SAIBAMAIS]A programação de vários canais islamitas foi cortada horas depois do golpe de Estado militar que derrubou e prendeu Morsy em 3 de julho. A medida havia sido criticada pelas principais organizações egípcias de defesa dos direitos humanos. A Al-Jazeera já havia denunciado uma "campanha" contra o canal, em particular depois que a emissora exibiu um vídeo no qual Morsy reivindicava a condição de único presidente "legítimo" do Egito. No domingo, três jornalistas estrangeiros que trabalhavam para o canal em inglês da rede de notícias foram expulsos. A sede da Al-Jazeera Mubasher Misr, a filial egípcia da rede, foi inspecionada diversas vezes.
Um correspondente da Al-Jazeera árabe, Abdallah al-Shami, e um cinegrafista do canal egípcio, Mohamed Badr, passaram mais de um mês detidos, segundo a emissora. O governo e a imprensa local acusam a Al-Jazeera de cobertura parcial da violenta repressão às manifestações pró-Morsy. Uma acusação similar é feita ao conjunto da imprensa estrangeira. Na segunda-feira, um tribunal decretou o fechamento definitivo do canal islamita Al-Hafez, acusado de prejudicar a unidade nacional e estimular o ódio aos cristãos.