Johannesburgo - O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, que deixou neste domingo o hospital em que estava internado há três meses, mas ainda em estado crítico, encarna aos olhos do mundo os valores do perdão e da reconciliação.
Líder da luta negra contra o regime racista da África do Sul, Mandela passou 20 anos em detenção. Libertado em 1990, quatro anos depois tornou-se o primeiro presidente negro democraticamente eleito em seu país.
Adorado pelos negros, pouco a pouco ganhou o carinho dos brancos surpreendidos pela sua falta de amargura. Tornou-se para uma nação inteira "Madiba" (seu nome de clã, que virou o seu apelido). A África do Sul o cultua. Em 1998, no dia que completou 80 anos, casou-se com sua terceira esposa, Graça Machel, viúva do ex-presidente moçambicano, 27 anos mais jovem. Depois 2001, e um câncer de próstata tratado com radioterapia, Mandela se recolheu, trabalhando através da sua Fundação para a Infância, ele que nunca o viu crescer os seus próprios filhos.
Nos últimos anos, "Madiba" diminuiu suas aparições em público. Foi hospitalizado por dois dias em janeiro de 2011 devido a uma infecção respiratória, consequência de uma tuberculose contraída na prisão.