Em pronunciamento, nesta tarde de sábado (31/8), o presidente Barack Obama afirmou que os Estados Unidos estão prontos para atacar a Síria. Ele lamentou profundamente as mortes e a violência contra a dignidade humana ocorridas nas últimas semanas e reiterou que o fato representa uma ;ameaça à comunidade internacional;.
Para Obama, o terrorismo imposto aos sírios deve ser confrontado para que não haja a ;proliferação de grupos terroristas;. Para isso, ele autorizou um ataque que será limitado em duração e não contará com as tropas norte-americanas. Afirmou também que não aguardará o relatório elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU), pois o governo sírio ;tem que ser responsabilizado; pelo uso de amas químicas, principalmente para não deixar que novos ataques como esse aconteçam.
A situação da Síria também deve ser discutida no Congresso norte-americano. ;Os líderes do Congresso concordaram em estabelecer um calendário de debates para que se entenda a gravidade do conflito;, afirmou Obama. ;O país estará mais forte se fizermos isso juntos;, pediu o presidente ao dizer que não espera que todas as nações concordem com a decisão dos EUA. Mas ressaltou, no entanto, que os que puderem devem aceitar a imposição de sanções ao governo sírio. ;A primavera árabe libertou forças que vão demorar a serem contidas (...). ;Não podemos e não vamos ficar cegos para o que ocorreu Damasco;.
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[SAIBAMAIS]Dedo no gatilho
Após a saída dos inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU), o primeiro-ministro sírio, Wael al-Halqi, declarou que o exército sírio "está mobilizado, com o dedo no gatilho". Em uma declaração escrita divulgada pela rede oficial, ele acrescentou: "O Exército está pronto para enfrentar todos os desafios e todos os cenários".
Relato baseado em fatos
Nesta manhã (31/8), a equipe de 13 peritos da ONU deixou a Síria depois de colher dados sobre as denúncias de um ataque químico contra civis na periferia da capital, Damasco. O relatório final será distribuído a todos os Estados-Membros da ONU. Possivelmente, o secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, poderá informar, ainda neste fim de semana, o Conselho de Segurança sobre os resultados.
Amostras do local e entrevistas com sobreviventes vão permitir a construção de uma narrativa baseada em fatos para tentar reconstituir o que de fato ocorreu no dia 21 de agosto. Segundo números dos serviços secretos dos Estados Unidos, divulgados sexta-feira (30/8) pelo secretário de Estado John Kerry, o ataque com armas químicas causou a morte de 1.429 pessoas, incluindo 426 crianças.
Guerra por democracia
O conflito na Síria começou em 2011 após um ato da população pedindo democracia no país. O presidente Assad fez várias reformas políticas para tentar acalmar a população. O conflito, no entanto, se excedeu e a extensa guerra ganhou destaque internacional, contando inclusive com a participação de outros países na negociação da paz.
Com agências