Paramaribo - Os líderes da Unasul procuraran nesta sexta-feira (30/8) emitir uma declaração conjunta sobre um eventual ataque militar dos Estados Unidos contra a Síria, durante a cúpula que os reúne no Suriname e que selará o retorno do Paraguai ao bloco.
"Espero que desta cúpula saia uma declaração clara, frontal, sem medo. Ninguém quer uma ditadura, nem atentar contra os direitos humanos", disse o presidente do Equador, Rafael Correa, um dois primeiros a chegar a Paramaribo. "A postura do Equador, que tomara que seja a da Unasul, é a de repudiar esta invasão, esta intervenção militar que se quer na Síria", destacou Correa.
Winston Lackin, chanceler desta pequena ex-colônia holandesa às margens do Atlântico que assume a presidência pró-tempore de um ano no lugar do Peru, já adiantou que os líderes darão nesta sexta-feira uma declaração sobre um eventual ataque militar liderado pelos Estados Unidos e a França contra o regime de Bashar al-Assad, a quem acusam de ter usado armas químicas contra civis.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, revelou que comentará com seus colegas a carta que enviará ao presidente americano, Barack Obama, para pedir que desista da intervenção armada. "Não aceitamos agressões contra qualquer país". Os governos de Brasil, Argentina, Venezuela, Equador e Bolívia já manifestaram nestes dias seu repúdio à possível intervenção.
A Argentina, que exerce a presidência pró-tempore do Conselho de Segurança da ONU, propôs "uma intervenção humanitária sem fins, ou meios militares e com mandato" da ONU, enquanto o Brasil informou que não apoiará uma ação militar sem o aval do organismo internacional.
Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU não chegaram a um acordo na quinta-feira. No campo das relações bilaterais, o novo chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, garantiu em Paramaribo que a parceria entre Brasil e Bolívia não será afetada pela fuga do senador boliviano Roger Pinto.