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Onda de frio afeta América do Sul e mata ao menos cinco pessoas

A massa de ar frio provocou a morte de pelo menos duas pessoas no Paraguai por hipotermia devido a temperaturas que caíram aos -2°C na região sul

Lima - Uma massa polar que se espalha pelo cone sul provocou uma das mais intensas ondas de frio da última década, que deixou nesta quarta-feira pelo menos cinco mortos e milhares de desabrigados em Paraguai, Bolívia e Peru. A massa de ar frio provocou a morte de pelo menos duas pessoas no Paraguai por hipotermia devido a temperaturas que caíram aos -2;C na região sul. Em Assunção, os termômetros chegaram a marcar -1;C.

[SAIBAMAIS]Centenas de famílias foram afetadas pela destruição de 30% dos cultivos de trigo e a morte de mais de 4.000 cabeças de gado, segundo informes oficiais. Na Bolívia, as fortes nevascas castigaram quatro dos nove departamentos (estados) e mataram três pessoas de frio, segundo autoridades regionais. O último relatório oficial indicou que as tempestades de neve na região deixaram "15 municípios afetados em quatro departamentos, com um total de 3.492 famílias e 1.103 hectares" danificados. Os departamentos mais afetados pela onda de frio foram La Paz (oeste), Cochabamba (centro), Potosí (sudoeste) e Chuquisaca (sudeste).



"Tivemos uma massa polar que tem avançado lentamente em seu percurso, afetando Peru, Paraguai e Bolívia", disse à AFP o meteorologista peruano Abraham Levy. "Estas perturbações na época do inverno não são incomuns. A massa, ao encontrar muito frio, teve que produzir precipitação líquida, mas neste caso foi sólida (neve e granizo)", explicou. Ele informou, ainda, que o frio que percorre no setor oriental dos Andes, surge na Patagônia e avança até a selva central e norte do Peru. "Primeiro chega na Argentina, depois avança por Uruguai, Paraguai, Bolívia e termina no Peru. No entanto, a lentidão da passagem da massa polar fez com que o frio se sentisse com maior força nos povoados com menores recursos econômicos", acrescentou.

O governo peruano declarou a emergência por 60 dias em nove províncias da região de Puno - sudeste, a mais de 3.000 metros de altura - onde as tempestades de neve destruíram casas e deixaram milhares de afetados e um grande número de animais mortos. O Serviço Nacional de Meteorologia peruano disse que está prevista a continuidade das precipitações de neve e granizo até a quinta-feira na serra central.