Panamá - O armamento cubano apreendido em um navio norte-coreano no Panamá "viola, sem deixar dúvida, as sanções da ONU", afirmou o Ministério panamenho de Segurança Pública nesta quarta-feira (28/8), citando um primeiro relatório do comitê de especialistas que inspecionou o arsenal há duas semanas.
"Segundo o primeiro informe apresentado pelo painel de especialistas do Comitê de Sanções das Nações Unidas, o armamento cubano encontrado no cargueiro da Coreia do Norte, viola, sem deixar dúvida, as sanções da ONU", destaca a nota.
O comunicado do Ministério de Segurança é a primeira informação oficial divulgada sobre o resultado da inspeção realizada há duas semanas pelos especialistas da ONU.
A nota foi distribuída depois que um grupo de diplomatas norte-coreanos visitou os 35 tripulantes do cargueiro "Chong Chon Gang", que permanecem retidos em uma antiga base militar. Eles são acusados de tráfico de armas e podem ser condenados a até 12 anos de prisão.
No dia 10 de julho, as autoridades panamenhas detiveram a embarcação norte-coreana "Chong Chon Gang" por suspeita de tráfico de drogas. O navio, que saiu de Havana, tentava cruzar o canal do Panamá pelo Atlântico.
Após as primeiras revistas, a polícia encontrou, escondidos debaixo de sacos de açúcar, contêineres não declarados com material militar de origem cubana. Entre o material encontrado, estavam aviões Mig e sistemas de mísseis antiaéreos.
Cuba reconheceu ser dona do armamento, e o classificou de "defensivo e obsoleto", enquanto as autoridades norte-coreanas garantiram que se trata de um "contrato legítimo" para modernizar os armamentos cubanas.
Ao descobrir o armamento no navio e diante das sanções da ONU contra o regime de Pyongyang, o governo do Panamá pediu à ONU uma missão de inspeção para que analisasse se houve alguma violação.