No bairro de Shaab, Marwa, uma jovem de 18 anos, cuja casa foi destruída, acusou os policiais de não fazerem nada para conter os atentados.
"Nossa casa está em ruínas. E os homens políticos passam o tempo brigando para conquistar mais poder", declarou. Outros bairros xiitas foram alvos, principalmente Kadhimiyah e Sadr City.
Em Mahmudiya, 30 km ao sul de Bagdá, um carro-bomba explodiu em um posto policial e matou três pessoas. Em Madain, também ao sul da capital, uma bomba matou quatro pessoas. Um carro-bomba deixou quatro vítimas fatais em Jadida, mesmo balanço de um ataque em Shaab, bairro ao norte de Bagdá.
Quatro pessoas também morreram em Kirkuk e Mossul, no norte, incluindo o general da Força Aérea Khalid Hazim Tara, indicaram fontes policiais e militares.
No final do dia, mais um carro-bomba explodiu a oeste de Bagdá, matando três outras pessoas. Nenhum grupo reivindicou os ataques, mas os atentados geralmente são cometidos por militantes sunitas vinculados à Al-Qaeda que consideram os muçulmanos xiitas apóstatas.
O Iraque está voltando ao nível de violência registrado em 2008, quando saía de uma guerra civil entre xiitas e sunitas. Desde o início de 2013, mais de 3.700 pessoas morreram em atentados, segundo um balanço da AFP com base em dados de fontes médicas e das forças de segurança.
Esses novos atentados aconteceram apesar das grandes medidas de seguranças divulgadas pelo governo, criticado nas últimas semanas por sua incapacidade de conter a mais grave onda de violência.
Segundo os especialistas, os ataques visam alimentar o conflito confessional e desestabilizar o país, que procura com dificuldade retomar a estabilidade política e de segurança, dez anos após a invasão americana que derrubou Saddam Hussein.
A espiral de violência coincide com o aumento do descontentamento da minoria sunita, no poder com Saddam Hussein. A ONU e muitos diplomatas pedem para que o governo do primeiro-ministro xiita Nouri al-Maliki adote reformas para evitar marginalizar os sunitas.
Mas, em resposta à violência, o governo intensifica uma campanha contra os insurgentes sunitas. A paralisia do aparelho político, associada a uma corrupção generalizada e a falta de serviços públicos aumentam a ira dos iraquianos.