[SAIBAMAIS]Cerca de 250 mil pessoas chegaram ao National Mall em 28 de agosto de 1963 cantando "Equality Now" ("Igualdade Já") e "We Shall Overcome" ("Venceremos"), no evento conhecido como Marcha de Washington pelo Trabalho e a Liberdade.
Milhões de pessoas acompanharam a marcha pela televisão, incluindo o presidente John F. Kennedy, que, até então, havia protelado a promoção de leis que pusessem fim à segregação racial nos estados conservadores do sul do país.
King, então com 34 anos, foi o último palestrante do dia. Seu discurso traria uma frase célebre, que ficou gravada na história: "Eu tenho um sonho de que um dia esta nação se levantará e tornará real o verdadeiro significado de seus princípios: ;Acreditamos que estas verdades são evidentes: que todos os homens são criados iguais;".
Três meses depois, Kennedy foi assassinado e King também foi morto por um franco-atirador em Memphis, no estado do Tennessee, em abril de 1968.
Mas a marcha abriu caminho para a Lei de Direitos Civis de 1964, que proibiu as formas mais gritantes de discriminação racial, seguida, um ano depois, pela Lei de Direitos Eleitorais, destinada a garantir esses direitos a todos os cidadãos americanos negros.
O futuro dessa lei foi colocado em dúvida depois de a Suprema Corte pedir ao Congresso, no início deste ano, para rever uma importante seção da regra de controle federal das práticas eleitorais, principalmente nos estados do sul.
Os afro-americanos, que representam 14,2% da população, de acordo com o escritório responsável pelos censos, continuam a ficar para trás em termos socioeconômicos, apesar do surgimento de uma classe média negra forte.
O desemprego de 12,6% dessa comunidade, registrado em julho, é o dobro da média nacional e a renda média de uma família negra é apenas dois terços da renda geral.
Por outro lado, o nível de pobreza dos negros caiu em meio século de 41,8% para 27,6%, apesar de continuar sendo muito maior do que a média geral, que é de, aproximadamente, 15%.
O Serviço Nacional de Parques, que administra o National Mall, emitiu uma autorização para que 150 mil pessoas participem da marcha deste sábado em Washington, que os organizadores chamam de Ação Nacional, para resgatar o Sonho.
Martin Luther King III, filho do célebre pastor, vai participar do evento, juntamente com Sharpton, o procurador-geral Eric Holder e a família de Trayvon Martin, o adolescente morto no ano passado na Flórida por um segurança de bairro, que acabou sendo absolvido das acusações .
No evento de quarta-feira, chamado de Marcha para o Trabalho e a Justiça, vão participar os ex-presidentes Bill Clinton e Jimmy Carter, assim como o atual mandatário do país, Barack Obama, que é criticado por algumas pessoas por não ter usado todos os recursos que estavam à sua disposição para resolver as questões pendentes em um país em que a raça ainda é uma questão que divide.