Bogotá - O governo colombiano e as Farc retomam o diálogo de paz nesta segunda-feira, em Cuba, após a guerrilha decidir fazer uma pausa nas conversações, informou neste sábado o chefe da delegação oficial, Humberto de la Calle. "As Farc tomaram a decisão de regressar na segunda-feira, às 08H30, à mesa de negociações para prosseguir normalmente com as deliberações", assinalou De la Calle em declaração pública.
Diante disto, o presidente Juan Manuel Santos "nos instruiu para regressar amanhã (domingo) à Havana visando prosseguir com as conversações em busca do fim do conflito".
De la Calle fez o anúncio em Bogotá, após uma reunião com Santos, que na sexta-feira determinou o retorno dos negociadores que estavam em Havana, diante da decisão das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) de observar uma pausa nas tratativas.
A guerrilha anunciou a pausa na sexta-feira, para analisar a proposta de Santos de celebrar um referendo destinado a validar um eventual acordo de paz.
Leia mais notícias em Mundo
De la Calle destacou que a iniciativa do referendo "está inspirada exclusivamente em permitir (...) que os colombianos tomem a decisão final sobre os acordos obtidos em Havana". Na sexta-feira, após chamar sua equipe de negociadores em Cuba, Santos advertiu que a guerrilha não deveria impor condições à negociação: "neste processo, não são as Farc que decretam pausas ou impõem condições".
Em 11 de junho, as Farc, que exigiram reiteradamente uma Assembleia Constituinte, propuseram adiar por um ano as eleições legislativas e presidenciais de 2014, o que implicaria prolongar o mandato das atuais autoridades, algo que Santos rejeitou.
O anúncio da retomada do diálogo acontece após o líder das Farc, Timoléon Jiménez, questionar neste sábado a vontade do governo de estabelecer a paz, afirmando que Santos vincula o perdão para a guerrilha a seu apoio ao programa neoliberal. "O acordo (negociado em Cuba) se resume em um perdão relativo em troca do apoio guerrilheiro à globalização neoliberal para a Colômbia". "Os Estados Unidos e a Europa ocidental estão dispostos a aceitar que a guerrilha desmobilizada seja beneficiária de uma justiça transitória, que a deixe finalmente em uma liberdade precária, mas anulada em termos políticos", disse ;Timochenko;.
O líder das Farc afirmou que o primeiro ponto da agenda de negociação - política agrária - foi firmado pelo grupo com "algumas salvaguardas que se definirão mais adiante", relativas à proteção do campo, mas que no segundo tema - participação política dos rebeldes - Santos não quer "ceder um milímetro" para "tranquilizar o grande capital".
O processo de paz negociado em Havana inclui cinco pontos: política agrária, participação política da guerrilha, drogas ilícitas, abandono das armas e indenização das vítimas.
Esta é a quinta tentativa de se conseguir um acordo de paz, depois de três experiências fracassadas nos anos 1980, 1990 e 2000
O conflito com as Farc deixou 600.000 mortos e mais de três milhões de deslocados.
Diante disto, o presidente Juan Manuel Santos "nos instruiu para regressar amanhã (domingo) à Havana visando prosseguir com as conversações em busca do fim do conflito".
De la Calle fez o anúncio em Bogotá, após uma reunião com Santos, que na sexta-feira determinou o retorno dos negociadores que estavam em Havana, diante da decisão das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) de observar uma pausa nas tratativas.
A guerrilha anunciou a pausa na sexta-feira, para analisar a proposta de Santos de celebrar um referendo destinado a validar um eventual acordo de paz.
Leia mais notícias em Mundo
De la Calle destacou que a iniciativa do referendo "está inspirada exclusivamente em permitir (...) que os colombianos tomem a decisão final sobre os acordos obtidos em Havana". Na sexta-feira, após chamar sua equipe de negociadores em Cuba, Santos advertiu que a guerrilha não deveria impor condições à negociação: "neste processo, não são as Farc que decretam pausas ou impõem condições".
Em 11 de junho, as Farc, que exigiram reiteradamente uma Assembleia Constituinte, propuseram adiar por um ano as eleições legislativas e presidenciais de 2014, o que implicaria prolongar o mandato das atuais autoridades, algo que Santos rejeitou.
O anúncio da retomada do diálogo acontece após o líder das Farc, Timoléon Jiménez, questionar neste sábado a vontade do governo de estabelecer a paz, afirmando que Santos vincula o perdão para a guerrilha a seu apoio ao programa neoliberal. "O acordo (negociado em Cuba) se resume em um perdão relativo em troca do apoio guerrilheiro à globalização neoliberal para a Colômbia". "Os Estados Unidos e a Europa ocidental estão dispostos a aceitar que a guerrilha desmobilizada seja beneficiária de uma justiça transitória, que a deixe finalmente em uma liberdade precária, mas anulada em termos políticos", disse ;Timochenko;.
O líder das Farc afirmou que o primeiro ponto da agenda de negociação - política agrária - foi firmado pelo grupo com "algumas salvaguardas que se definirão mais adiante", relativas à proteção do campo, mas que no segundo tema - participação política dos rebeldes - Santos não quer "ceder um milímetro" para "tranquilizar o grande capital".
O processo de paz negociado em Havana inclui cinco pontos: política agrária, participação política da guerrilha, drogas ilícitas, abandono das armas e indenização das vítimas.
Esta é a quinta tentativa de se conseguir um acordo de paz, depois de três experiências fracassadas nos anos 1980, 1990 e 2000
O conflito com as Farc deixou 600.000 mortos e mais de três milhões de deslocados.