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EUA posicionam forças para possível ação militar na Síria

O Pentágono mobiliza forças para uma possível ação militar contra a Síria caso o presidente Barack Obama decida por esta opção, revelou nesta sexta-feira o secretário americano de Defesa, Chuck Hagel.

Estados Unidos - Diante dos apelos para uma intervenção militar após o suposto ataque com armas químicas por parte do regime sírio esta semana, os comandantes americanos preparam uma gama de "opções" para o caso de Obama decidir lançar um ataque contra o regime de Damasco, disse Hagel à imprensa a bordo de um avião a caminho da Malásia.

Hagel, que não revelou qualquer detalhe sobre o posicionamento das tropas, destacou que "o departamento de Defesa tem a responsabilidade de prover ao presidente opções para todo tipo de contingência".

"O presidente solicitou opções ao departamento de Defesa. Como sempre, o departamento de Defesa está preparado para proporcionar todas as opções para todas as contingências ao presidente dos Estados Unidos", destacou Hagel.

Segundo um funcionário do Pentágono, a Marinha americana manteve no Mediterrâneo um quarto destróier equipado com mísseis de cruzeiro, o USS Mahan, que permanecerá na VI Frota e não retornará ao porto de Norfolk.

A princípio, o USS Mahan seria substituído pelo USS Ramage na VI Frota, que agora terá quatro destróiers - Gravely, Barry, Mahan e Ramage - equipados com dezenas de mísseis de cruzeiro Tomahawk. Este reforço permite ao Pentágono agir mais rapidamente caso Obama decida por uma ação militar contra Damasco.



A imprensa americana tem revelado divergências dentro do governo sobre os riscos de outra intervenção militar dos Estados Unidos no Oriente Médio. Obama classificou nesta sexta-feira de muito preocupante a possibilidade de o regime sírio ter usado armas químicas: "o que temos visto indica que é claramente um grande evento, de muita preocupação, e nós já estamos em contato com toda a comunidade internacional".

Na quarta-feira, o Exército sírio realizou uma ofensiva contra os redutos rebeldes de Ghuta oriental e Mouadamiyat al-Sham, localizados, respectivamente, na periferia leste e oeste de Damasco, causando um número de vítimas ainda indeterminado. A oposição acusou o regime de utilizar gases tóxicos contra civis nos subúrbios da capital, em um ataque que deixou 1.300 mortos, o que é negado categoricamente pelo governo sírio.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), que se baseia em uma ampla rede de ativistas e médicos em todo o país, registrou 170 mortes na região, e não confirmou o uso de armas químicas. A ONG, no entanto, indicou que o regime bombardeou de forma sistemática a zona citada entre quarta e quinta-feira. Uma eventual intervenção militar na Síria é rejeitada por Moscou, um tradicional aliado de Damasco, que considera o "uso da força inaceitável".

A Rússia reagiu assim à posição do ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, que declarou que, se o uso de armas químicas pelo regime sírio for comprovado, será necessário "uma ação que pode assumir a forma de uma reação de força".

O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, declarou nesta sexta que o atentado de quarta-feira foi sim "um ataque químico do regime de Assad".

A Suécia também manifestou sua certeza quanto a autoria do ataque e o uso de substâncias tóxicas.

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