Jornal Correio Braziliense

Mundo

WikiLeaks: soldado dos EUA Bradley Manning é condenado a 35 anos de prisão

O jovem de 25 anos militar já havia reconhecido a entrega de 700 mil documentos confidenciais ao site WikiLeaks



Coombs deve falar à imprensa às 13h30 locais (14h30 de Brasília) e definir os próximos passos no caso do soldado, que receberá um desconto de 1.293 dias em sua pena referente ao tempo que já cumpriu. O site WikiLeaks reagiu à sentença afirmando que é "uma vitória estratégica significativa", levando-se em conta as possíveis reduções da pena. "Vitória estratégica significativa no caso Bradley Manning. Bradley Manning pode pedir uma libertação em menos de nove anos", disse o WikiLeaks no Twitter.

Manning era um analista de inteligência júnior em uma base americana perto de Bagdá quando entregou os dados - cerca de 700 mil documentos - ao WikiLeaks. O soldado foi preso no Iraque em 2010 e está sob custódia militar desde então. Os documentos que ele revelou provocaram mal-estar entre os Estados Unidos e seus aliados, muitas vezes envolvidos nos relatórios. O vazamento mais famoso incluía um vídeo e arquivos de áudio, chamados de "Assassinato Colateral" pelo WikiLeaks, e mostrava imagens de dois helicópteros Apache americanos abrindo fogo e matando 12 pessoas em Bagdá, em 2007.

Visto como um herói por muitos, Manning trouxe à tona as ações polêmicas da política externa americana. Ele foi considerado culpado de 20 das 22 acusações que tinha contra si. No entanto, se livrou da acusação mais grave - "conluio com o inimigo", principalmente a Al-Qaeda. Mais de 100 mil pessoas já assinaram uma petição pedindo a nomeação de Manning para o Prêmio Nobel da Paz.

Ressaltando a gravidade do caso, o governo dos Estados Unidos o apresentou como um traidor que agiu de forma imprudente e poderia ter colocado o país em risco. Especialistas que testemunharam no julgamento de Manning ressaltaram que o soldado estava confuso sobre seu gênero e sexualidade e sob enorme estresse psicológico no momento em que cometeu os vazamentos. Manning também se desculpou. "Sinto muito que minhas ações tenham ferido as pessoas e ferido os Estados Unidos", disse a Lind durante uma audiência na semana passada.