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Oposição síria denuncia mais de 650 pessoas mortas em ataque químico

O Reino Unido afirmou que vai levar ao Conselho de Segurança da ONU as alegações da oposição síria sobre o uso de armas químicas por parte do regime

Damasco - Mais de 650 pessoas morreram nesta quarta-feira (21/8) em um ataque com armas químicas executado pelo exército sírio nos arredores de Damasco, denunciou a oposição, que pediu uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para tratar do que classificou de chacina. O regime de Damasco e o exército negaram categoricamente a denúncia feita no Twitter da oposição síria.



Segundo as fontes da oposição, centenas de pessoas morreram ao inalar gás e ficar expostas às armas químicas. "As informações sobre o uso de armas químicas em Ghuta são totalmente falsas", assegurou a agência estatal Sana, num momento em que uma missão de inspetores da ONU visita o país precisamente para investigar o uso de armas químicas.

O jornal sírio Al Watan afirmou que o regime se comprometeu em cooperar e facilitar o trabalho da equipe da ONU, que iniciou sua missão na terça-feira (20/8). A Liga Árabe pediu aos inspetores que visitem de imediato o local onde supostamente aconteceu o ataque químico.

[SAIBAMAIS]Uso brutal de gases tóxicos

Os Comitês de Coordenação Local (LCC), uma rede de militantes, também informaram sobre centenas de vítimas devido ao "uso brutal de gases tóxicos pelo regime criminoso em partes de Ghuta Ocidental". Em vídeos postados no YouTube, outro grupo ativista, a Comissão Geral da Revolução Síria, mostra o que classifica de "terrível matança cometida pelsa forças do regime com gases tóxicos".

Em um vídeo, é possível ver crianças recebendo os primeiros socorros em um hospital de campanha, especialmente oxigênio para ajudá-los a respirar. Médicos aparecem tentando ressucistar crianças inconscientes que não mostram ferimentos visíveis. A autenticidade dos vídeos não pôde ser comprovada até o momento.

A equipe de inspetores de armas químicas da ONU iniciou seus trabalhos na Síria na segunda-feira. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu na ocasião um acesso livre aos locais que são alvo de acusações para estabelecer os fatos de maneira confiável.

"Assim poderão ser feitas as análises necessárias e recolher amostras. Também serão feitas entrevistas com testemunhas, vítimas e pessoal médico, assim como realização de necropsias", acrescentou. A equipe da ONU está integrada por uma dúzia de inspetores e é dirigida pelo sueco Aake Sellstr;m.